Publication year: 2025
Enquadramento:
A Segurança do Doente (SD) tem sido realçada como elemento-chave da qualidade dos sistemas de saúde, sendo a comunicação uma ferramenta que promove cultura de segurança. A Lista de Verificação de Cirurgia Segura (LVCS), amplamente conhecida e utilizada no contexto cirúrgico, é uma checklist que otimiza a comunicação na equipa cirúrgica. Porém, estudos têm-na apontado como insuficiente, surgindo as ferramentas Briefing e Debriefing como potencial complemento à LVCS.
Objetivos:
Conhecer a opinião de enfermeiros, cirurgiões e anestesistas de um Bloco Operatório (BO) sobre as ferramentas Briefing e Debriefing.
Métodos:
Estudo descritivo de índole qualitativa, com recurso a amostragem intencional constituída por enfermeiros, cirurgiões e anestesistas de um BO de um Hospital Português. Os dados foram obtidos a partir de nove entrevistas semiestruturadas. Efetuada a análise de conteúdo de acordo com a técnica de Bardin. Os princípios éticos foram respeitados.
Resultados:
Emergiram 3 categorias: i)?Opiniões sobre as ferramentas Briefing e Debriefing?: Os participantes evidenciaram uma perceção de utilidade em relação à aplicação do Briefing e do Debriefing, referindo que as mesmas promovem uma cultura de segurança assim como ganhos tanto pessoais como para os doentes;ii)?Facilitadores à implementação das ferramentas Briefing e Debriefing?: Foram identificados facilitadores ao nível de características comportamentais, características do contexto e do planeamento do processo de implementação; iii)?Barreiras à Implementação das ferramentas Briefing e Debriefing?: As barreiras à implementação foram identificadas ao nível comportamental e organizacional.
Conclusões:
A implementação do Briefing e do Debriefing foi considerada um complemento necessário à LVCS. A sua implementação irá exigir mudanças a vários níveis (comportamental, organizacional). Os promotores da mudança devem ter em consideração os aspetos facilitadores, como a implementação gradual, elementos-chave e a formação. E, por outro lado, ter em conta as potenciais barreiras, como o ceticismo, a rotação das equipas e a acumulação de funções, por forma a mitigar a sua influência no processo de mudança.