Publication year: 2025
Estudo observacional seccional, de base populacional, desenvolvido no município de Colombo, Paraná, Brasil, que teve como objetivo analisar a relação entre apoio social e letramento em saúde com o risco para pé diabético em adultos com Diabetes mellitus na Atenção Primária à Saúde. Utilizou-se amostragem probabilística por conglomerados, dividida em quatro etapas: cálculo amostral, sorteio dos conglomerados, distribuição proporcional estratificada dos conglomerados e sorteio dos participantes. Estabeleceram-se como critérios de inclusão os usuários cadastrados nas unidades e no programa de hipertensão e Diabetes mellitus do Ministério da Saúde com idade entre 18 e 65 anos. Excluíramse os usuários com diagnóstico de pré-diabetes, diabetes gestacional e com comorbidades cognitivas e/ou verbais descritas em prontuário eletrônico. A coleta de dados ocorreu de julho de 2023 a março de 2025, durante consultas de enfermagem realizadas nas unidades de saúde e em domicílios. Foram aplicados questionários sociodemográfico, clínico e de hábitos de vida; a Medical Outcomes Study – Social Support Scale para mensurar o nível de apoio social; e o Health Literacy Questionnaire para avaliar o nível de letramento em saúde. Realizou-se exame físico para aferição da altura, composição corporal com a balança de bioimpedância, pressão arterial, circunferência abdominal e classificação do risco para pé diabético, utilizando os critérios de estratificação da International Diabetes Federation e do International Working Group on the Diabetic Foot. Os dados foram analisados descritivamente e com os testes de Mann-Whitney, Kruskal-Wallis, ANOVA, Quiquadrado, Bonferroni (post-hoc), Dunn e alfa de Cronbach. Participaram do estudo 417 adultos de 12 conglomerados, sendo o sexo feminino predominante (63,3%), com média de idade de 54,7 ± 8,6 anos, escolaridade igual ou inferior a cinco anos (35,0%) e tempo de diagnóstico > 10 anos (38,4%). Pela classificação da International Diabetes Federation, observou-se prevalência de alto risco (49,9%; IC 95%: 45,1–54,7), e do International Working Group on the Diabetic Foot, a prevalência foi de baixo risco (52,2%; IC 95%: 47,7–57,3). Verificou-se associação do risco, em ambas as classificações, com a idade (p < 0,001) e com a presença de complicações (p < 0,001), e correlação com idade (p < 0,001) e tempo de diagnóstico (p < 0,001). Houve relação entre a escolaridade e o risco, segundo a classificação da International Diabetes Federation (p = 0,012). O risco para pé diabético não se relacionou com o apoio social, mas foi associado à capacidade de encontrar informações sobre saúde em ambas as classificações. O risco elevado para pé diabético correlacionou-se com o avançar da idade, a presença de complicações e o maior tempo de diagnóstico da doença. Em relação às habilidades de letramento em saúde, os participantes com histórico de úlceras nos pés e amputações demonstraram maior capacidade para encontrar informações de saúde. Apesar das divergências nas prevalências de risco entre as classificações utilizadas, a identificação dos fatores associados ao risco para pé diabético pode contribuir para a elaboração de planos de cuidado e para o desenvolvimento de linhas de cuidado locais, com o objetivo de minimizar as complicações da Diabetes mellitus.
Abstract:
This was a cross-sectional, population-based observational study conducted in the municipality of Colombo, Paraná, Brazil. The aim was to analyze the relationship between social support and health literacy with the risk of diabetic foot in adults with diabetes mellitus receiving care in Primary Health Care services. A probabilistic cluster sampling method was used, structured in four stages: sample size calculation, random selection of clusters, proportional stratified distribution of clusters, and random selection of participants. Inclusion criteria comprised users registered at the health units and enrolled in the Ministry of Health’s hypertension and diabetes mellitus program, aged between 18 and 65 years. Exclusion criteria included individuals diagnosed with prediabetes, gestational diabetes, or with documented cognitive and/or verbal comorbidities in their electronic medical records. Data collection took place from July 2023 to March 2025 during nursing consultations conducted at health facilities and in patients’ homes. The data collection instruments included sociodemographic, clinical, and lifestyle questionnaires; the Medical Outcomes Study – Social Support Scale to assess levels of social support; and the Health Literacy Questionnaire to evaluate health literacy skills. Physical assessments were performed to measure height, body composition using bioimpedance scales, blood pressure, abdominal circumference, and risk stratification for diabetic foot. Risk classification followed the criteria established by the International Diabetes Federation (IDF) and the International Working Group on the Diabetic Foot (IWGDF). Data were analyzed descriptively and through statistical tests including MannWhitney, Kruskal-Wallis, ANOVA, Chi-square, Bonferroni (post hoc), Dunn, and Cronbach’s alpha. The study included 417 adults from 12 clusters, with a predominance of females (63.3%), a mean age of 54.7 ± 8.6 years, 35.0% with five or fewer years of education, and 38.4% with a diabetes diagnosis longer than 10 years. According to the IDF classification, 49.9% (95% CI: 45.1–54.7) of participants were at high risk for diabetic foot, whereas the IWGDF classification identified 52.2% (95% CI: 47.7–57.3) as being at low risk. Risk levels were significantly associated, in both classifications, with age (p < 0.001) and the presence of complications (p < 0.001) and correlated with both age (p < 0.001) and duration of diagnosis (p < 0.001). A statistically significant association was also found between educational level and risk according to the IDF classification (p = 0.012). While diabetic foot risk was not related to social support, it was associated with the ability to find health information in both classification systems. Higher risk for diabetic foot correlated with older age, presence of complications, and longer duration of diabetes diagnosis. Participants with a history of foot ulcers or amputations demonstrated greater ability to locate health-related information. Despite discrepancies in risk prevalence between the classification systems used, identifying the factors associated with diabetic foot risk may support the development of care plans and local care pathways aimed at reducing complications related to diabetes mellitus.
Resumen:
Estudio observacional seccional, de base poblacional, desarrollado en el municipio de Colombo, Paraná, Brasil, que tuvo como objetivo analizar la relación entre apoyo social y alfabetización en salud con el riesgo de pie diabético en adultos con diabetes mellitus en la Atención Primaria de Salud. Se utilizó un muestreo probabilístico por conglomerados, dividido en cuatro etapas: cálculo muestral, sorteo de los conglomerados, distribución proporcional estratificada de los conglomerados y sorteo de los participantes. Se establecieron como criterios de inclusión a los usuarios registrados en las unidades y en el programa de hipertensión y diabetes mellitus del Ministerio de Salud, con edades entre 18 y 65 años. Se excluyeron los usuarios con diagnóstico de prediabetes, diabetes gestacional y con comorbilidades cognitivas y/o del habla descritas en el prontuario electrónico. La recolección de datos se llevó a cabo desde julio de 2023 hasta marzo de 2025, durante consultas de enfermería realizadas en las unidades de salud y en los domicilios. Se aplicaron cuestionarios sociodemográficos, clínicos y de hábitos de vida; la Medical Outcomes Study – Social Support Scale para medir el nivel de apoyo social; y el Health Literacy Questionnaire para evaluar el nivel de alfabetización en salud. Se realizó un examen físico para medir la estatura, la composición corporal mediante balanza de bioimpedancia, la presión arterial, la circunferencia abdominal y la clasificación del riesgo de pie diabético, utilizando los criterios de estratificación de la International Diabetes Federation y del International Working Group on the Diabetic Foot. Los datos fueron analizados de forma descriptiva y mediante las pruebas de MannWhitney, Kruskal-Wallis, ANOVA, chi-cuadrado, Bonferroni (post-hoc), Dunn y alfa de Cronbach. Participaron en el estudio 417 adultos de 12 conglomerados, siendo el sexo femenino predominante (63,3%), con una edad media de 54,7 ± 8,6 años, escolaridad igual o inferior a cinco años (35,0%) y un tiempo de diagnóstico superior a 10 años (38,4%). Según la clasificación de la Federación Internacional de Diabetes, se observó una prevalencia de alto riesgo (49,9%; IC 95%: 45,1–54,7), y según el Grupo de Trabajo Internacional sobre el Pie Diabético, la prevalencia fue de bajo riesgo (52,2%; IC 95%: 47,7–57,3). Se encontró una asociación del riesgo, en ambas clasificaciones, con la edad (p < 0,001) y con la presencia de complicaciones (p < 0,001), así como una correlación con la edad (p < 0,001) y el tiempo de diagnóstico (p < 0,001). Hubo una relación entre el nivel educativo y el riesgo, según la clasificación de la Federación Internacional de Diabetes (p = 0,012). El riesgo de pie diabético no se relacionó con el apoyo social, pero sí se asoció con la capacidad de encontrar información sobre salud en ambas clasificaciones. El mayor riesgo de pie diabético se correlacionó con el aumento de la edad, la presencia de complicaciones y el mayor tiempo de diagnóstico de la enfermedad. En cuanto a las habilidades de alfabetización en salud, los participantes con antecedentes de úlceras en los pies y amputaciones demostraron una mayor capacidad para encontrar información sobre salud. A pesar de las discrepancias en las prevalencias de riesgo entre las clasificaciones utilizadas, la identificación de los factores asociados al riesgo de pie diabético puede contribuir a la elaboración de planes de atención y al desarrollo de líneas de cuidado locales, con el objetivo de minimizar las complicaciones de la diabetes mellitus.