Publication year: 2025
A evolução da enfermagem e das políticas de saúde têm contribuído para a integração da
família como unidade de cuidados. Com uma abordagem holística, o enfermeiro de família
assume um papel central na promoção da saúde e no acompanhamento das famílias ao longo de todo o ciclo vital. Nas diferentes etapas que percorrem, as famílias, enfrentam desafios específicos que requerem uma resposta adequada por parte destes profissionais. As famílias com adolescentes, são exemplo disso ao vivenciarem uma fase de grande complexidade biopsicossocial. Reconhece-se, assim, a importância de práticas de enfermagem centradas na família, que promovam a sua capacitação, autonomia e bem-estar global, contribuindo para cuidados de saúde adequados às suas necessidades.
Objetivos:
descrever criticamente as atividades clínicas desenvolvidas para adquirir as
competências na área de enfermagem de saúde familiar e apresentar um estudo de
investigação, que emergiu da necessidade do serviço sobre as dificuldades sentidas por
enfermeiros de famílias relativas à consulta de enfermagem a famílias com adolescentes.
Metodologia:
a componente clínica envolveu atividades com famílias no desenvolvimento de
competências especializadas em saúde familiar, utilizando os referenciais da disciplina e da
área de especialidade. Na vertente de investigação, realizou-se um estudo qualitativo
descritivo com análise de conteúdo segundo Bardin (2016; 2018), visando conhecer as
dificuldades sentidas por enfermeiros de família relativas à consulta de enfermagem a famílias com adolescentes. Participaram 18 enfermeiros, sendo os dados recolhidos através de entrevista aberta.
Resultados:
a implementação do Modelo Dinâmico de Avaliação e Intervenção Familiar foi
crucial no desenvolvimento de competências que permitem prestar cuidados às famílias como unidade de cuidados. Nos achados do estudo de investigação, dando resposta ao tema definido Dificuldades sentidas por enfermeiros de família relativas à consulta de enfermagem a famílias com adolescentes, emergiram quatro categorias: dificuldades em estabelecer uma relação de confiança com as famílias, dificuldades organizacionais, dificuldades relacionadas com o desenvolvimento de competências e dificuldades relacionadas com a falta de adesão das famílias às consultas.
Conclusão:
as atividades clínicas promoveram o desenvolvimento de competências comuns
e específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária na Área de Saúde
Familiar. Conhecer as dificuldades de enfermeiros de família relativas à consulta de
enfermagem a famílias com adolescentes pode melhorar as práticas e a eficácia dos cuidados, contribuindo para a valorização e visibilidade da Enfermagem de Saúde Familiar.