Publication year: 2025
Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória de abordagem qualitativa, realizada com 16 trabalhadores da pesca artesanal da comunidade do Superagui no litoral paranaense, cujo objetivo foi analisar as crenças e conhecimento popular sobre saúde e trabalho entre os trabalhadores da pesca artesanal da comunidade do Superagui no litoral paranaense. Os dados foram coletados entre setembro e outubro de 2024, por meio de entrevistas semi estruturadas, gravadas e posteriormente transcritas na íntegra e submetidas à análise de conteúdo proposta por Minayo e à luz do referencial teórico do Modelo Crenças em Saúde de Rosenstock. Dos resultados, 93,75% deles são naturais de Guaraqueçaba - Paraná com idade média de 48,7 anos, autodeclarados brancos 50%, pardos 37,50% e pretos 12,50%, 75% eram casados, escolaridade incompleta e renda mensal de três salários mínimos 37,50%, o seguimento na atividade foi influenciada pela família aos 81,25% dos correspondentes, com tempo médio de serviço de 37,6 anos. Problemas de saúde como hipertensão, diabetes e distúrbios osteomusculares foram relatados e descritos na pesquisa. As narrativas foram analisadas e agrupadas em categorias associadas aos seis pressupostos do Modelo de Crenças em Saúde. I- Suscetibilidade Percebida: ‘‘Rotina de trabalho na pesca artesanal’’; ‘‘Percepção dos trabalhadores sobre os riscos da atividade da pesca’’; ‘‘Percepção do risco de adoecimento e acidentes por condições climáticas’’; II - Severidade Percebida: ‘‘Percepção dos trabalhadores da pesca artesanal ao adoecimento relacionado ao acidente de trabalho "; III - Benefícios Percebidos: ‘‘Percepção da importância da pesca artesanal para o trabalhador’’; “Percepção do trabalho em equipe”; IV - Barreiras Percebidas: ‘‘Percepção dos trabalhadores da pesca artesanal da ausência de medidas de proteção e cuidado no trabalho’’; “Barreiras para uso dos equipamentos de proteção individual entre trabalhadores da pesca artesanal”; V - Estímulos para Ação: ‘‘Reconhecimento da importância das atividades de capacitação ofertadas pela capitânia’’; ‘‘O conhecimento popular e a promoção da segurança no trabalho’’; ‘‘O uso de tecnologias para promoção da segurança dos trabalhadores da pesca artesanal.’’; ‘‘O autocuidado como fator de promoção à saúde’’; VI - Autoeficácia: ‘‘O autocuidado dos trabalhadores da pesca artesanal como medida preventiva de saúde e segurança no trabalho’’. Os resultados demonstram os riscos ocupacionais frequentes que podem ser reduzidos com a adoção de novos comportamentos e autoconsciência das ações de cuidados pelos trabalhadores da pesca artesanal. Salienta-se que ações em saúde podem ser facilitadas pelo enfermeiro da atenção primária à saúde por meio de processos educativos que considerem as crenças culturais associadas à adoção de hábitos favoráveis à saúde, visto essa ser uma prerrogativa à assistência e à vigilância da saúde do trabalhador. As implicações da pesquisa corroboram para discussão em instâncias representativas sobre as carências trabalhistas, previdenciárias, sociais e de saúde enfrentadas pelo trabalhador contribuindo para formulação de políticas equitativas que abranjam essa população.
Abstract:
This is a descriptive, exploratory study with a qualitative approach, conducted with 16 artisanal fishing workers, whose objective was to analyze the beliefs and popular knowledge about health and work among artisanal fishing workers in the Superagui community on the coast of Paraná. The data were collected between September and October 2024, through semi- structured interviews, recorded and later fully transcribed and submitted to content analysis proposed by Minayo and in light of the theoretical framework of Rosenstock's Health Beliefs Model. From the results, 93.75% of them are natives of Guaraqueçaba - PR with an average age of 48.7 years, self-declared white 50%, brown 37.50% and black 12.50%, 75% were married, incomplete education and monthly income of three minimum wages 37.50%, the continuation in the activity was influenced by the family to 81.25% of the respondents, with an average service time of 37.6 years. Health problems such as hypertension, diabetes and musculoskeletal disorders were reported and described in the research. They were analyzed in categories associated with the six assumptions of the Health Beliefs Model. I- Perceived Susceptibility: "Work routine in artisanal fishing"; "Workers' perception of the risks of fishing activity"; "Perception of the risk of illness and accidents due to weather conditions"; II - Perceived Severity: "Perception of artisanal fishing workers to illness related to work accidents"; III - Perceived Benefits: "Perception of the importance of artisanal fishing for the worker"; "Perception of teamwork"; IV - Perceived Barriers: "Perception of artisanal fishing workers of the absence of protection and care measures at work"; "Barriers to the use of PPE among artisanal fishing workers"; V - Cues to Action: "Recognition of the importance of training activities offered by the captaincy"; "Popular knowledge and the promotion of safety at work"; "The use of technologies to promote the safety of artisanal fishing workers."; "Self- care as a factor in health promotion"; VI - Self-Efficacy: "Self-care of artisanal fishing workers as a preventive measure for health and safety at work". The results demonstrate the frequent occupational risks that can be reduced with the adoption of new behaviors and self- awareness of care actions by artisanal fishing workers. It is emphasized that the actions can be facilitated by the nurse working in primary health care, since assistance and surveillance for the health of workers through educational processes that consider the beliefs and cultures associated with the adoption of healthy habits is a prerogative. The implications of the research corroborate the discussion in representative instances about the labor, social security, social and health deficiencies faced by workers, contributing to the formulation of equitable policies that encompass this population.
Resumen:
Se trata de un estudio descriptivo, exploratorio con enfoque cualitativo, realizado con 16 trabajadores de la pesca artesanal, cuyo objetivo fue analizar las creencias y conocimientos populares sobre salud y trabajo entre los trabajadores de la pesca artesanal de la comunidad de Superagui en el litoral paranaense. Los datos fueron recolectados entre septiembre y octubre de 2024, a través de entrevistas semiestructuradas, grabadas y posteriormente transcritas en su totalidad y sometidas al análisis de contenido propuesto por Minayo y a la luz del referencial teórico del Modelo de Creencias en Salud de Rosenstock. De los resultados, el 93,75% de ellos son naturales de Guaraqueçaba - PR con una edad promedio de 48,7 años, autodeclarados blancos 50%, pardos 37,50% y negros 12,50%, el 75% eran casados, escolaridad incompleta e ingreso mensual de tres salarios mínimos 37,50%, la continuación en la actividad fue influenciada por la familia al 81,25% de los correspondientes, con tiempo promedio de servicio de 37,6 años. Problemas de salud como hipertensión, diabetes y trastornos osteomusculares fueron relatados y descritos en la investigación. Fueron analizados en categorías asociadas a los seis presupuestos del Modelo de Creencias en Salud. I- Susceptibilidad Percibida: "Rutina de trabajo en la pesca artesanal"; "Percepción de los trabajadores sobre los riesgos de la actividad de la pesca"; "Percepción del riesgo de enfermar y accidentes por condiciones climáticas"; II - Severidad Percibida: "Percepción de los trabajadores de la pesca artesanal a la enfermedad relacionada con el accidente de trabajo"; III Beneficios Percibidos: "Percepción de la importancia de la pesca artesanal para el trabajador"; "Percepción del trabajo en equipo"; IV - Barreras Percibidas: "Percepción de los trabajadores de la pesca artesanal de la ausencia de las medidas de protección y cuidado en el trabajo"; "Barreras para el uso de los EPI entre los trabajadores de la pesca artesanal"; V - Estímulos para la Acción: "Reconocimiento de la importancia de las actividades de capacitación ofertadas por la capitanía"; "El conocimiento popular y la promoción de la seguridad en el trabajo"; "El uso de las tecnologías para la promoción de la seguridad de los trabajadores de la pesca artesanal."; "El autocuidado como factor de promoción a la salud"; VI Autoeficacia: "El autocuidado de los trabajadores de la pesca artesanal como medida preventiva de salud y seguridad en el trabajo". Los resultados demuestran los riesgos ocupacionales frecuentes que pueden ser reducidos con la adopción de nuevos comportamientos y autoconciencia de las acciones de cuidados por los trabajadores de la pesca artesanal. Se resalta que las acciones pueden ser facilitadas por el enfermero actuante en la atención primaria a la salud, visto ser una prerrogativa la asistencia y la vigilancia para la salud del trabajador por medio de procesos educativos que consideren las creencias y culturas asociadas a la adopción de hábitos favorables a la salud. Las implicaciones de la investigación corroboran para discusión en instancias representativas sobre las carencias laborales, previsionales, sociales y de salud enfrentadas por el trabajador, contribuyendo para formulación de políticas equitativas que abarquen esa población.