Avaliação das competências comunicacionais dos enfermeiros que cuidam da pessoa em situação paliativa e família
Publication year: 2025
RESUMO
Apesar dos avanços legislativos e da criação da Rede Nacional de Cuidados Paliativos, os Cuidados Paliativos em Portugal enfrentam ainda desafios como: acesso diminuto, carência de profissionais especializados e distribuição geográfica desigual das respostas.
A formação pós-graduada na Área de Enfermagem à Pessoa em Situação Paliativa é crucial, exigindo competências avançadas no controlo de sintomas, comunicação terapêutica, apoio à família e trabalho em equipa, guiadas por princípios éticos e científicos que visem a melhoria da qualidade de vida nas fases complexas da doença.
O objetivo deste relatório é evidenciar a aquisição de competências do enfermeiro especialista na área referida ao longo de dois estágios realizados em equipas especializadas de cuidados paliativos na região centro de Portugal, e apresentar uma investigação integrada nesta formação.
A componente clínica realizada com equipas especializadas revelou-se um momento de "verdadeira aprendizagem", que permitiu a aquisição e o aprofundamento de competências técnicas, científicas e pessoais.
A componente de investigação versou sobre as competências comunicacionais autopercebidas dos enfermeiros que prestam cuidados paliativos. Foi realizado um estudo descritivo-correlacional, de natureza quantitativa, com uma amostra de conveniência de 62 enfermeiros. Os dados foram recolhidos mediante a aplicação de um questionário sociodemográfico e profissional e da escala de competências comunicacionais dos profissionais de saúde.
Os enfermeiros participantes revelaram elevadas competências comunicacionais autopercebidas nas dimensões de Respeito, Empatia e Comunicação Informativa. Estes achados são relevantes para o desenvolvimento de programas formativos mais ajustados às necessidades comunicacionais e sugerem a importância de comparar esta perspetiva com a das pessoas em situação paliativa, das famílias e de outros profissionais de saúde, dado que a competência comunicacional se afigura como potencial indicador de qualidade em cuidados paliativos.