Publication year: 2024
Introdução:
O instrumento de classificação de risco familiar proposto para o estudo é uma tecnologia leve-dura pautada em critérios clínicos, epidemiológicos e socioeconômicos que auxiliam no diagnóstico territorial. Objetivos:
analisar as dificuldades e facilidades da aplicação do instrumento identificadas por uma Equipe de Saúde da Família do Município de Praia Grande (SP); analisar os resultados da aplicação do Instrumento Mapa de Grau de Risco da Família e elaborar um folder norteador sobre a aplicação do instrumento Mapa de Grau de Risco da família, destacando os benefícios do mesmo no processo de trabalho em equipe. Método:
estudo descritivo, exploratório e analítico que tomou como base de aplicação prática, uma Unidade de Saúde da Família com três equipes cobrindo 8.173 habitantes distribuídos em 3.058 famílias. O instrumento encontra-se disponibilizado online como parte do prontuário eletrônico. Da Unidade selecionada obteve colaboração da totalidade das equipes:
12 agentes comunitárias de saúde (ACS), três enfermeiras, seis médicos (dos quais uma é preceptora do Programa de Residência Médica em Saúde de Família e Comunidade do município de Praia Grande e quatro são residentes dois R1 e dois R2), um interno de medicina, a diretora da unidade e uma fisioterapeuta (totalizando 24 profissionais). A coleta de dados procedeu-se em três oficinas construtivas. Programou-se de forma sequencial visando apresentar o instrumento, levantar o perfil dos participantes, associado à captação de percepções quanto ao instrumento, antes e depois da aplicação prática de preenchimento no prontuário. Para a análise de resultados baseou-se em concepção de família e tecnologia em saúde. Resultados:
o perfil dos participantes revelou que a maioria atua há mais de cinco anos na Unidade. Entre os de nível universitário, 54% tinham ou estavam cursando especialização ou residência em Saúde da Família e Comunidade. Maioria dos participantes não conhecia o instrumento disponibilizado. A aplicação do instrumento atingiu 94,31% das famílias, das quais 65,64% foram classificadas como sem riscos; 15,79% como baixo risco, 12,68% como médio risco e 0,23%, alto risco. Entre as 877 famílias com algum risco, 22 (2,50%) eram exclusivamente por critério socioeconômico; 834 (95,09%) exclusivamente por critério clínico e 21 (2,39%) por critério clínico e socioeconômico. Quanto à expectativa dos profissionais em relação ao instrumento, anterior à aplicação, era de melhora na coleta de dados, possibilidade de priorização no atendimento às necessidades de saúde e identificação das de maior risco. Após a aplicação, essas expectativas mantiveram-se, entre os participantes. Quanto às de facilidades apontaram a relativa simplicidade no preenchimento. Os profissionais referiram dificuldades na obtenção de dados como renda familiar; as informações clínicas e algumas barreiras no que se refere à necessidade de dispositivo interativo entre banco de dados. Considerações finais:
o instrumento é útil e fornece uma visão panorâmica das necessidades socioeconômicas e morbidades prevalentes no conjunto populacional. Entretanto, contrapõe ao princípio da família como unidade de trabalho, pois os mecanismos geradores de sínteses estatísticas, centram o indivíduo e salientam as morbidades prevalentes. Desta forma, a perspectiva de utilização plena, perpassa por necessidade de incorporar reformulações e adaptações no instrumento.
Introduction:
the family risk classification tool proposed for this study is a light-hard technology based on clinical, epidemiological, and socioeconomic criteria that help with territorial diagnosis. Objectives:
to analyze the difficulties and facilities in applying the tool identified by the Family Health Team of the municipality of Praia Grande (SP); to analyze the results of applying the Family Risk Level Map tool and to draw up a guide on applying the Family Risk Level Map tool, highlighting its benefits in the teamwork process. Method:
a descriptive, exploratory, and analytical study based on the practical application of a Family Health Unit with three teams covering 8,173 inhabitants distributed over 3,058 families. The tool is available online as part of the electronic medical record. The selected unit had the cooperation of all the teams:
12 Community Health Agents (CHAs), three nurses, six doctors, a medical intern, the unit director, and a physiotherapist (a total of 24 professionals). Data was collected in three constructive workshops. It was scheduled sequentially in order to present the instrument, raise the profile of the participants, and capture their perceptions of the instrument before and after the practical application of filling in the medical records. The analysis of the results was based on the concept of family and health technology. Results:
the profile of the participants revealed that the majority had been working at the unit for more than five years. Among those at the university level, 54% had or were studying for a specialization or residency in Family and Community Health. Most of the participants were not familiar with the instrument. The tool was applied to 94.31% of families, of which 65.64% were classified as having no risk, 15.79% as low risk, 12.68% as medium risk, and 0.23% as high risk. Among the 877 families with some risk, 22 (2.50%) were classified exclusively by socioeconomic criteria, 834 (95.09%) exclusively by clinical criteria, and 21 (2.39%) by both clinical and socioeconomic criteria. The professionals' expectations in relation to the instrument, prior to its application, were for improved data collection, the possibility of prioritizing health needs, and identifying those most at risk. After the application, these expectations were maintained among the participants. As for the facilities, they pointed to the relative simplicity of filling in the form. The professionals mentioned difficulties in obtaining data such as family income, clinical information, and some barriers regarding the need for an interactive database. Final considerations:
the tool is useful and provides a panoramic view of the socio-economic needs and morbidities prevalent in the population as a whole. However, it runs counter to the principle of the family as the unit of work, since the mechanisms that generate statistical summaries focus on the individual and emphasize prevalent morbidities. In this way, the prospect of full utilization involves the need to incorporate reformulations and adaptations to the instrument.