Publication year: 2024
Introdução:
Estima-se que 281 milhões de pessoas migraram para fora de seu país até o ano de 2024, incluindo as migrações forçadas e não forçadas. Destes, 135 milhões são mulheres ao redor do mundo. Objetivo:
Analisar as barreiras enfrentadas por mulheres sírias e refugiadas no acesso aos serviços de saúde da Atenção Primária, na perspectiva de profissionais de saúde. Método:
Estudo qualitativo com 18 profissionais de saúde, realizado em Unidades Básicas de Saúde do Município de São Paulo. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada e grupo focal. A análise foi realizada à luz da Teoria da Diversidade Cultural do Cuidado e do conceito de Vulnerabilidade. Resultados:
Da análise das entrevistas emergiram 6 categorias: Barreiras linguística, diferenças culturais, acesso ao sistema de saúde, conhecimento limitado dos profissionais de saúde acerca da legislação ou políticas públicas para imigrantes e refugiados, capacitação para o cuidado transcultural, pandemia e mudança nos atendimentos. Conclusão:
As particularidades das mulheres que constituíram este estudo, por serem refugiadas e mulheres, as tornam mais vulneráveis e propensas a enfrentarem entraves no acesso aos serviços de saúde. Destaca-se a complexidade das questões culturais, linguísticas e institucionais que influenciam diretamente o cuidado à saúde , apontando-se para a necessidade de intervenções em várias frentes: desde a capacitação cultural e linguística dos profissionais de saúde, inserção de intérpretes e mediadores culturais na equipes multiprofissionais, até a implementação de políticas públicas que abordem as especifidades das mulheres refugiadas, garantindo um acesso mais equitativo e inclusivo aos serviços de saúde no Brasil.
Introduction:
It is estimated that 281 million people have migrated outside their country, including both forced and voluntary migrations. Of these, 135 million are women. Objective:
To analyze the barriers faced by Syrian refugee women in accessing Primary Health Care services from the perspective of health professionals. Method:
This is a qualitative study involving 18 health professionals, conducted in Basic Health Units in the city of São Paulo (Brasil). Data were collected through semi-structured interviews and focus groups. The analysis was carried out in light of the Cultural Care Diversity Theory and the concept of Vulnerability. Results:
From the analysis of the interviews, 6 ategories emerged: Language barriers, cultural differences, access to the health system, limited knowledge of health professionals about legislation or public policies for immigrants and refugees, training for cross-cultural care, pandemic and changes in care.Conclusion:
The particularities of the women of this study, being both refugees and women, make them more vulnerable and likely to face challenges in accessing health services. The complexity of cultural, linguistic, and institutional issues that directly affect health care is highlighted, pointing to the need for interventions on several fronts: from cultural and linguistic training for health professionals, inclusion of interpreters and cultural mediators in multidisciplinary teams, to the implementation of public policies that address the specific needs of refugee women, ensuring more equitable and inclusive access to health services in Brazil.
