Publication year: 2025
Enquadramento:
a menarca constitui um marco importante na vida das raparigas, sendo acompanhada de dúvidas e desafios. Apesar de se tratar de um processo fisiológico natural, a menstruação permanece envolta em tabus e mitos que comprometem a forma como é experienciada. As mães constituem a principal fonte de informação das jovens, mas, muitas das vezes, enfrentam barreiras como a falta de conhecimento atualizado ou a perpetuação de estigmas culturais. Quando não desmistificados, estes fatores podem comprometer a vivência saudável da menstruação e perpetuar práticas inadequadas ao longo da vida.
Objetivos:
identificar que conhecimentos têm as mães, com filha(s) com idades compreendidas entre os 10 e os 15 anos, sobre menstruação e gestão da saúde menstrual; descrever as barreiras que as mães enfrentam, junto da(s) sua(s) filha(s) com idades compreendidas entre os 10 e os 15 anos, ao pretenderem apoiar sobre menstruação e gestão da saúde menstrual; caracterizar as necessidades sentidas pelas mães para apoiar, a(s) sua(s) filha(s) com idades compreendidas entre os 10 e os 15 anos, sobre menstruação e gestão da saúde menstrual.
Metodologia:
trata-se de um estudo quantitativo exploratório-descritivo. A recolha de dados foi realizada através de um questionário, aplicado a mães com filha(s) com idades compreendidas entre os 10 e 15 anos, residentes em Portugal. A amostragem foi não probabilística, intencional, com recurso à técnica bola de neve. Foram respeitados os princípios éticos inerentes a uma investigação e foi obtido parecer positivo da Comissão de Ética da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde:
Enfermagem
Resultados: a amostra foi constituída por 120 mães com idade média de 44,15 anos (± 4.80), maioritariamente residentes na região Centro (75%) e com formação académica superior (59,9%). Os conhecimentos sobre gestão da saúde menstrual foram globalmente positivos, mas persistem mitos e estigmas, nomeadamente, relacionados com a higiene íntima, escolha dos produtos menstruais e a exclusão das pessoas que não menstruam das conversas sobre o tema. As principais barreiras identificadas foram o desconforto em abordar o tema, a falta de informação fiável, as influências culturais ou religiosas e, em menor percentagem, as dificuldades financeiras. Como principais necessidades, destacou-se o acesso a mais informação e materiais educativos.