Publication year: 1987
Amostras de leite humano (colostro) de 37 doadoras da regiäo de Ribeiräo Preto foram analisadas para se determinar os níveis de resíduos de praguicidas organoclorados.
As doadoras foram classificadas em dois grupos:
expostas e näo expostas ocupacionalmente a praguicidas. Aspectos como cor, idade, profissäo, renda familiar, escolaridade, hábito do fumo e número de lactaçäo anterior, foram considerados. As análises foram realizadas através de uma extraçäo prévia dos lípides, seguida de fracionamento e, finalmente, cromatografia em fase gasosa com o uso de detector de captura de elétrons. As quantidades de praguicidas foram expressas em mg/Kg. Lindane foi detectado em 32% das amostras e em quantidades abaixo de 0,001 mg/Kg; heptacloro, em 65%, com uma média de 0,0014 mg/Kg, ou seja, cinco vezes abaixo do limite de resíduo estanho estabelecido pela FAO/OMS (1970) para o leite da vaca. Dieldrin foi detectado em apenas uma amostra (0,038 mg/Kg) e em quantidade elevada. Aldrin e endrin näo foram constatados em nenhuma das amostras. DDT e DDE foram expressos como DDT total e encontrados, em conjunto ou isoladamente, em todas as amostras. Os níveis nas doadoras expostas variaram de 0,008 a 0,455 mg/Kg, com resíduo estranho estabelecido pela FAO/OMS (1970). para as näo expostas ocupacionalmente, os níveis variaram de 0,002 a 0,072 mg/Kg, com um teor médio de 0,025 mg/Kg, ou seja, a metade do valor estabelecido para o limite de resíduo estranho. Considerando a ingestäo diária aceitável proposta pela FAO/OMS (1973), constatou-se que os lactentes têm ingerido 0,01 vez a do lindane e 0,3 vez a do heptacloro, nas 37 doadoras; 0,6 vez a do DDT, nas doadoras näo expostas ocupacionalmente, e 3,7 vezes, nas doadoras expostas. Comparando os resultados da presente pesquisa com aqueles obtidos há dez anos, verifica-se que os níveis de DDT estäo decrescendo nesta parte do país...