Necessidade territorial do paciente hospitalizado
Publication year: 1987
Ter um território é uma necessidade humana básica. E, se o comportamento territorial faz parte da vida diária do indivíduo, espera-se também que no ambiente hospitalar o paciente internado em enfermaria tenha este mesmo comportamento, ou seja, delimite, tome posse e defenda o seu território. O estudo foi realizado em quatro (4) hospitais gerais de Belo Horizonte, Minas Gerais, com os objetivos de verificar o nível de atendimento da necessidade territorrial do paciente hospitalizado e as extensöes dos territórios: destinada, definida e desejada pelo paciente. Estas variáveis foram relacionadas com o tipo de enfermaria e com características pessoais do paciente. A amostra populacional constou de duzentos e quarenta e seis (246) pacientes internados em enfermaria de clínicas médico-cirúrgicas. Os dados foram colhidos através de entrevista com o paciente, utilizando-se de um formulário. Pela análise estatística dos dados verificou-se que, segundo o nível de atendimento da necessidade territorial, os pacientes se situam predominantemente, de forma equitativa, nos níveis 2 e 3. No nível 2 os pacientes delimitam e tomam posse de sua área, porém näo a defendem, enquanto no nível 3, delimitam tomam posse e defendem sua área, na enfermaria. Quanto às extensöes dos territórios, verificou-se que näo há diferença significativa entre as extensöes destinada e a definida pelo paciente como sua, porém os pacientes desejam mais espaço do que lhes é oferecido e do que imaginam ter nas enfermarias. A escolaridade e a faixa etária foram as únicas variáveis ligadas ao paciente, que influenciaram no nível de atendimento da necessidade territorial e na extensäo do território desejada, respectivamente. O tipo de enfermaria influenciou na extensäo destinada ao paciente. Pelos resultados obtidos pode-se verificar que a necessidade territorial também se evidencia quando o ser humano se encontra hospitalizado.