Análise da atuaçäo da enfermagem no ambulatório: a distância entre dever ser e ser
Publication year: 1991
Este trabalho divide-se em três partes. Na primeira aborda-se o Sistema Nacional de Saúde no Brasil sob o prisma histórico e formal, assim como a inserçäo do ambulatório no mesmo. Esta é predominantemente descritiva, com a inclusäo de análises críticas da atuaçäo concreta. A parte II refere-se aos aspectos históricos gerais do desenvolvimento da medicina e da enfermagem, demonstrando-se que entre eles, longe de se encontrar uma relaçäo de complementariedade ou de hierarquia e subordinaçäo propriamente dita, aparece um "divórcio" que, no mínimo, pode ser taxado de indiferença. A situaçäo é alterada quando ambas as funçöes se encontram no hospital. Esta parte histórica determina as características do "dever ser" no campo da atuaçäo da enfermagem, originando um modelo que ainda é bastante criticado, justamente por näo poder concretizar, no plano da situaçäo efetiva, o ideal preconizado. Ao lado do aspecto descritivo, encontramos nesta parte uma análise conceitual do modelo brasileiro de enfermagem. Finalmente, na terceira parte, temos a verificaçäo do "ser", conhecido mediante pesquisa de campo, realizada em ambulatórios de hospitais de Säo Paulo e analisada em contraposiçäo ao "dever ser". A realidade demonstrou pontos de adequaçäo e de choque em relaçäo ao modelo desenvolvido no Brasil. Verifica-se, também, que alguns reclamos da categoria dos enfermeiros, tais como, a consulta de enfermagem e a educaçäo continuada já estäo em funcionamento em parte dos ambulatórios pesquisados, ao passo que outros, com a organizaçäo de equipes multiprofissionais e determinaçäo específica do seu campo de atuaçäo ainda se encontram na esfera das reivindicaçöes em implantaçäo.