Observaçäo em enfermagem: a necessidade de um conceito

Publication year: 1990

Na busca de melhores caminhos que permitam à Enfermagem uma postura e uma utilizaçäo adequadas e unívoca do termo observaçäo, elaborou-se o estudo em pauta; constou ele de três etapas distintas: a primeira embasou-se no levantamento de um material que compôs o referencial teórico sobre o observaçäo, suas vantagens, dificuldades, classificaçäo e, sobretudo, como ela é concebida dentro da Enfermagem. A segunda etapa constituiu-se de uma pesquisa objetivando conhecer a produçäo científica ou näo sobre observaçäo em Enfermagem no Brasil. E, a terceira, consiste numa reflexäo feita pela autora a partir do material analisado, acompanhada de algumas sugestöes. Face aos resultados encontrados nesta investigaçäo evidenciou-se a diversidade dos termos, utilizados como sinônimos, pelos autores, sobre observaçäo. Verificou-se, também que um grande número de autores analisados (31,31 por cento) utiliza a observaçäo sem, sequer, conceituá-la. Outro aspecto levantado pela pesquisa informou que quase a totalidade dos autores que escrevem sobre observaçäo em Enfermagem säo docentes (87,88 por cento), sendo a área de predomínio desses trabalhos a assistência (40,40 por cento). Conclui-se que a multiplicidade de termos para significar observaçäo, empregada, sobretudo por docentes, esvazia o valor inestimável que a observaçäo deve ter para a prática de Enfermagem. Com base nas leituras e na pesquisa desenvolvida, sugere-se uma concepçäo abrangente para a observaçäo em Enfermagem, vista sob qualquer ótica de sua prática - ensino, assistência e pesquisa - na tentativa de resgatar a importância da observaçäo propriamente dita. Acredita-se que a observaçäo como primeiro passo da metodologia científica näo pode prescindir de um método científico, sendo esta a forma ideal de posicioná-la. Da postura da Enfermagem diante da utilizaçäo da observaçäo, como conceito teórico e como prática, dependerá a univocidade da terminologia.