Método de assistência de enfermagem: análise da utilizaçäo do instrumento no processo de trabalho
Publication year: 1991
Este trabalho é sobre o uso de um Método de Assistência de Enfermagem - MAE - aplicado no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. O seu fundamento conceitual é a Teoria das Necessidades Humanas Básicas, adaptada ao Sistema de Prontuário Orientado para o Problema e se configura como um modo de organizar e sistematizar a assistência de enfermagem, tendo como objetivo a sua integralidade e individualizaçäo. Os dados empíricos foram coletados através de entrevistas realizadas com 34 agentes (14 enfermeiros, 14 auxiliares ou técnicos e 7 atendentes), os quais atuam nas Unidades de Clínica Médica Feminina e Masculina. Além das entrevistas, foram coletados os dados referentes aos prontuários de 30 pacientes internados nesses locais, durante o período de 01/04/90 a 30/04/90. Para análise dos mesmos tenho como premissa que a enfermagem é uma prática social sendo, portanto, articulada com o todo das práticas sociais. Assim, a assistência de enfermagem se configura como um processo de trabalho, sendo o MAE (Método de Assistência de Enfermagem) um dos instrumentos utilizados. Com as informaçöes dos entrevistados foram estabelecidas oito (8) categorias de análise: 1 - Dados Gerais sobre a Equipe de Enfermagem; 2 - Questöes Profissionais; 3 - Relaçöes com outros Profissionais; 4 - Desempenho no Trabalho; 5 - Organizaçäo no Trabalho; 6 - Conteúdo Teórico do MAE; 7 - Aplicaçäo do MAE; 8 - Tendências da Prática. Da análise dos dados organizados nessas categorias, o MAE mostra-se um instrumento adequado para uma melhor organizaçäo do trabalho, porém favorece a introduçäo de mecanismos de hierarquizaçäo rígida das funçöes e de acentuado controle das atividades, instrumento cuja lógica adquire um conteúdo que abrange dois aspectos - assistencial e disciplinar. Como estratégia, dirige várias faces do trabalho de assistência de enfermagem, de modo que: 1 - pré-determina o fluxo de trabalho de forma sistematizada; 2 - determina para o enfermeiro o lugar de autoridade intelectual para o papel gerencial da assistência; 3 - institucionaliza mecanismos de controle e avaliaçäo sobre sobre o trabalho dos executores da assistência; 4 - sustenta um padräo de qualidade de assistência aos problemas físicos; e 5 - melhora o sistema de registro de informaçöes sobre o paciente.
