Estudo sobre os atendentes e visitadores sanitários na força de trabalho de enfermagem de saude pública da regiäo do Ersa 50 de Ribeiräo Preto
Publication year: 1991
Esta investigaçäo objetivou estudar os atendentes e visitadores sanitários da Coordenadoria de Saúde da Comunidade da Secretaria de Estado da Saúde, da regiäo de Ribeiräo Preto, através dos seguintes procedimentos: identificar as mudanças havidas nas áreas da saúde e da enfermagem nas décadas de 70 e 80; fazer um estudo retrospectivo, do ano de 1985, dos atendentes e visitadores sanitários em exercício no DRS6 de Ribeiräo Preto, descrevendo e discutindo sua proporcionalidade numérica, identidade, escolaridade, situaçäo funcional, salários, funçöes, expectativas quanto ao serviço e vínculos com órgäos da categoria; conhecer qual a postura da SES frente ao processo de profissionalizaçäo de seus atendentes e destacar a forma pela qual a Universidade, as Secretarias de Saúde do Estado e do Município, os Orgäos da Categoria de Enfermagem e o enfermeiro estäo compromissados na formaçäo de recursos humanos de enfermagem. Utilizou-se como fonte de informaçöes a bibliografia, documentos oficiais e um levantamento de dados do pessoal auxiliar. Através da amostragem, formou-se um grupo de 96 pessoas, 48 de cada categoria, que responderam a um questionário, fonte direta de coleta de dados. Os resultados evidenciaram que as décadas de 70 e 80 para a área da saúde permearam desde a proposta da "Saúde para todos no ano 2.000", a Estratégia da Atençäo Primária, as Açöes Integradas de Saúde até o Sistema Unico de Saúde. Para a enfermagem, a criaçäo dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem, os primeiros sindicatos de enfermagem e a nova lei de seu exercício profissional, que exclui o atendente, dando-lhe 10 anos de prazo para ascender na carreira. Foi identificado que o pessoal de enfermagem do DRS6 era composto de 508 pessoas e, desses, 403 (93,0 por cento) era de pessoal auxiliar, sendo 59,5 por cento de atendentes e 33,5 por cento visitadores sanitários, numa proporçäo de 1 enfermeiro para 13,5 pessoal auxiliar. Os atendentes e visitadores sanitários como um todo distribuiram-se assim: a faixa etária de maior frequência ficou entre 30 e 50 anos. Predominou o sexo feminino (85,7 por cento) e casados (63,7por cento). A formaçäo acadêmica permeou desde o primeiro grau incompleto (9,9 por cento) até o superior completo (23,0 por cento). Foram treinados em seu ingresso no trabalho, atendentes (66,0 por cento) e visitadores sanitários (86,0 por cento). Gostariam de fazer cursos 54,2 por cento do conjunto, e, desses, a maioria optou pela enfermagem (24,0 por cento). A maior parte deles ingressou no serviço por concurso público e prova de seleçäo (87,9 por cento) e apenas 20,8 por centoeram efetivos. O tempo de exercício ficou mais concentrado entre zero e 15 anos (78,6 por cento). Os vencimentos variaram entre os atendentes, de 1,2 a 2,4 salários mínimos e o dos visitadores sanitários de 2,4 a 3,6 salários mínimos e, desses, 41,7 por cento dos atendentes e 32,5 por cento dos visitadores sanitários, tinham duplo emprego. No conjunto de funçöes que estes trabalhadores realizavam, houve predomínio das assistenciais, (88,8 por cento) para atendentes e (100 por cento) dos visitadores sanitários, seguindo-se as burocráticas, 40,0 por cento e 21,0 por cento respectivamente. O Boletim de Avaliaçäo de Desempenho foi considerado por 46,3 por cento como: injusto, falho e ineficiente e rejeitado em 87,8 por cento por näo contemplar o desempenho do funcionário. Apenas alguns (26,3 por cento) têm filiaçäo a algum órgäo da categoria. A procura da assistência médica é feita pela maioria do grupo, pelo IAMSPE (40,0 por cento) e pelo INAMPS (22,2 por cento). Pretendiam permanecer no trabalho até a aposentadoria (92,7 por cento) e desses, a maioria disse ter aspiraçöes futuras de ser, ter e fazer.