Perfil de um grupo de pais perpetradores de maus-tratos e dos filhos: suas vítimas

Publication year: 1990

O estudo teve como objetivo detectar casos de maus-tratos infantis em nosso meio e verificar semelhanças nas características dos perpetradores de tais atos numa tentativa de traçar um perfil de um indivíduo espancador e uma criança de alto risco de ser espancada. Foram encontradas 37 crianças de 3 a 16 anos com queixas e sinais de espanacamento, pertencentes a 32 famílias, a maioria, moradores na periferia da cidade. Na tentativa de localizar os possíveis casos de maus-tratos esbarramos em inúmeros obstáculos entre os profissionais solicitados a colaborar na coleta de dados. Estes apresentavam relutância em indicar as vítimas maltratadas por se tratar de um assunto polêmico que abalava as estruturas morais e por destruir o mito do instinto materno e paterno. Eles demonstraram também medo de represálias das famílias e políticos, salientando assim a insegurança do profissional na área de saúde e educaçäo. Embora o número de casos fosse bem menos do que se esperava encontrar, os que foram identificados eram comparáveis com os achados de outros pesquisadores nacionais e estrangeiros, quanto as origens, características pessoais e familiares e pelos motivos dos maus-tratos.