Planejamento familiar: ideologia, educaçäo e a reproduçäo do saber na enfermagem
Publication year: 1990
A identificaçäo das contradiçöes, na história da sociedade humana brasileira, dos questionamentos políticos-sociais e culturais a respeito do crescimento da populaçäo, trouxe a baila a questäo da passagem dos pensamentos ideológicos, referentes ao Planejamento Familiar, no Ensino da Enfermagem. Assim, pelo entendimento das relaçöes histórico-sociais, da evoluçäo do processo de controle da natalidade, no tempo, pelas teorias de populaçäo e pelas justificativas específicas a cada período em que o processo se efetivou, pode-se perceber a açäo coercitiva voltada ao controle dos nascimentos e à evoluçäo do processo, nas práticas de saúde. A passagem do pensamento ideológico pela Educaçäo, entendido como a transmissäo de conhecimentos ou conjunto de idéias e representaçöes ideológicas, com a intençäo moral ou denunciadora, onde as estruturas sociais se expressam como um conjunto de características comuns, reforçou o posicionamento tomado, pelo modo coercitivo e violento como esse pensamento é reproduzido na Enfermagem. Na tentativa de trazer a nível do concreto as relaçöes estabelecidas pela Enfermagem, na passagem do conhecimento sobre o Planejamento Familiar, pela Escolas de Enfermagem do Estado de Säo Paulo, objetivou-se conhecer o período em que houve a introduçäo do tema, os programas, os objetivos e conteúdos das Disciplinas que se responsabilizam pelo assunto no ensino e o modo como a ideologia dominante, através da análise do discurso contido nas referências bibliográficas utilizadas nesses programas, mantém e reproduz esse saber na Enfermagem.