Aleitamento natural numa creche governamental da cidade de Säo Paulo

Publication year: 1992

No presente estudo analisou-se quais variáveis poderiam influir na amamentaçäo realizada numa grande creche governamental de um complexo hospitalar de ensino, na cidade de Säo Paulo. Foram realizadas entrevistas com mäes em 1989 e 1991. Detectou-se elevadas taxas de amamentaçäo. As medianas de aleitamento natural exclusivo foram 3 (1989) e 4 meses (1991) e as de aleitamento misto 4 (1989) e 5 (1991). As seguintes variáveis foram associadas significativamente, à amamentaçäo, através de testes näo-paramétricos: escolaridade materna: mäes com escolaridade mais elevada amamentavam mais.

Idade materna:

mäes que näo amamentaram tinham em torno de 34 anos. As que amamentaram eram mais jovens, tinham cerca de 30 anos.

Trabalho materno:

mäes que trabalhavam na área de saúde (enfermagem, Rx, nutriçäo, e outros) e administrativo-burocrática amamentarm mais, quando comparadas às da área que faz trabalhos braçais. Afastamento pós-parto: quanto maior o número de dias de afastamento após o parto maior a probabilidade da amamentaçäo se prolongar.

Estado conjugal materno:

mäes acompanhadas amamentam mais. Houve também associaçäo entre conhecimento das mäes sobre legislaçäo de proteçäo ao aleitamento natural e amamentaçäo na creche, variável quase ignorada na literatura. A amamentaçäo na creche acontece em geral duas vezes por dia, durante o período de trabalho materno. A maioria das mäes podia se ausentar do serviço para amamentar, inclusive aquelas cujos filhos tinham mais de 6 meses de idade, portanto, näo protegidas pela legislaçäo. As mäes consideraram as salas de amamentaçäo da creche confortáveis e adequadas.