Incontinência urinária: a dimensäo do problema na visäo de mulheres idosas

Publication year: 1997

Este trabalho teve como objetivos caracterizar um grupo de mulheres idosas com incontinência urinária; caracterizar o tipo de incontinência relatada pelas idosas; descrever como as mulheres convivem com a incontinência urinária e elaborar uma proposta de intervençäo de enfermagem para assistir pessoas com este problema de saúde. A amostra desse estudo foi composta de 13 mulheres, cuja idade variou de 62 a 81 anos de idade, que haviam realizado uma avaliaçäo urodinâmica no período de julho de 1996 a julho de 1997. Para coletar os dados utilizou-se a história oral e uma entrevista estruturada. Os dados foram analisados segundo os pressupostos da análise temática de conteúdo de BARDIN, 1991. Em relaçäo aos tipos de incontinência mais comumente relatadas foi a de esforço e a urge incontinência. Constatou-se que a incontinência urinária é considerada pelas mulheres como uma condiçäo normal e resultante do processo de envelhecimento. Os conteúdos das histórias possibilitaram a identificaçäo de três temas principais relacionados as consequências físicas, econômicas e psicossociais. Todas as mulheres relataram usar uma associaçäo de três ou mais medidas de autocuidado, sendo que 76,9 por cento faziam uso de protetor higiênico. O baixo poder aquisitivo das idosas dificulta a busca de melhoria nas medidas para o autocuidado. Verificou-se que a incontinência urinária interfere no convívio social e familiar das mulheres, contribuindo para que ocorra o afastamento das atividades fora do lar, pela perda da confiança em si, vergonha e medo de apresentar um episódio de perda de urina em público. Os achados do estudo apontam para a necessidade de iniciativas diversificadas, a exemplo, educativas, a fim de melhorar as informaçöes das pacientes, família e comunidade sobre a incontinência urinária.