Fatores de risco para úlcera de pressão em pacientes hospitalizados

Publication year: 1998

Estudo exploratório-descritivo cujo objetivo geral foi o de obter subsídios a serem utilizados na elaboração posterior de um instrumento para avaliar o risco para desenvolvimento de úlcera de pressão em pacientes hospitalizados, que oriente a equipe de enfermagem para o cuidado preventivo, sistemático e individualizado da clientela sujeita a essa entidade mórbida. Foi realizado em um hospital escola do município de João Pessoa - PB e teve como população os pacientes acamados, internados na Enfermaria de Clínica Médica dessa instituição, no período de novembro de 1997 a fevereiro de 1998. A mostra do tipo intencional, foi constituída com 52 pacientes, indicados pelas enfermeiras do setor como sendo de risco para desenvolvimento de úlcera de pressão. Para a coleta de dados foi construído um instrumento em que se buscou abranger as condições predisponentes (ou fatores associados) e os fatores de risco intrínsecos e extrínsecos citados na literatura como estando relacionados à formação de úlcera de pressão, alguns dos quais estavam contemplados nas escalas de Norton, de Gosnell e de Braden, e no Cartão de Pontuação de Waterlow. Esse instrumento foi aplicado à amostra por duas pesquisadoras que, seqüencialmente e independentemente, pesquisavam os prontuários, examinavam e observavam os pacientes selecionados para preenchimento dos dados do formulário. Na análise de dados, calculou-se o percentual médio de ocorrência das condiçoes predisponentes e dos fatores de risco intrínsecos e extrinsecos e o índice Kappa e seu intervalo de confiança, para verificar a confiabilidade dos resultados obtidos pelas duas pesquisadoras. Como resultados principais, observou-se que, entre as condições predisponentes para o desenvolvimento de úlcera de pressão, predominaram as alterações hematológicas (84,6 por cento) e as alterações nutricionais (80,8 por cento). Entre os fatores de risco intrínsecos, sobressaíram-se a alteração na umidade da pele (78,8 por cento), a alteração do turgor e da elasticidade da pele (77,9 por cento), a idade > 60 anos (61,5 por cento) e a mobilidade física parcialmente prejudicada (60,6 por cento). Entre os fatores de risco extrínsecos, predominaram a força de pressão no corpo (80,8 por cento), as condições inadequadas de roupa de cama (72,1 por cento) a mobilização inadequada (67,3 por cento) e as condições inadequadas do colchão (51,9 por cento). Esses resultados reforçam a idéia de que há a necessidade de construção de um instrumento