O ex-sistir do diabético: da fenomenologia para a enfermagem

Publication year: 1996

O objeto deste estudo fenomenológico é o sentido dos pensamentos, sentimentos, percepções e comportamentos pelos quais os diabéticos se mostraram ao vivenciar a sua doença crônico-degenerativa. Concebendo o diabético à maneira de ente, a ciência obscureceu a questão do ser-diabético e, para elucidá-la, busquei compreender o ex-sistir dos diabéticos, desvelando, a partir das significações atribuídas às experiências vivenciadas, o seu modo de ser. A análise compreensiva se deu à luz da fenomenologia ontológico-hemenêutica expressa por Martin Heidegger na obra Ser e tempo. A modalidade de acesso ao sentido recaiu no modo de ser em que o homem ex-sistir e se mantém na maior parte das vezes e antes de tudo: na cotidianidade. Das significações emergiu o ser-diabético como pré-sença envolta pelos modos de ser próprios do ex-sistir cotidiano que teme algo ou alguém, "coisifica-se" , prende-se ao tagarelar, à curiosidade e à temporalidde de passado e presente. Também, emergiu o ser-profissional-de-saúde-com-o-diabético absorvido pela inautenticidade. O estudo conduz a reflexões acerca da assistência ao diabético no cotidiano das instituições públicas de saúde, da formação dos profissionais, e, particularmente, sobre a assitência de enfermagem ao diabético e sobre o método fenomenológico como um caminho que aponta outra maneira de pesquisar, ensinar e assistir em enfermagem.