Neurocipticercose: Aspectos clínicos epidemiológicos e diagnóstico: estudo prospectivo de 157 pacientes na Regiäo Nordeste - Bahia

Publication year: 1997

A Neurocisticercose (NC) é uma doença parasitária comum em nosso meio, com manifestaçäo neurológicas diversas. conhecida desde a antiguidade, descrita por volta de 380 a 375 a.c., em uma das comédias de Aristófanes, foi pela primeira vez relatada no Brasil por Magalhäes, na Bahia em 1881. É uma parasitose típica de regiöes em desenvolvimento, sensivelmente associada às precárias condiçöes de higiene e saneamente básico, particularmente em áreas de criaçäo extensiva de porcos. Esta doença é endêmica no México, América Central e América do Sul, Åfrica, Indonésia em diversos outros países. O ciclo evolutivo desta parasitose apresenta características importantes, com etapas nas quais o agente encontra-se em estágios distintos, sendo fundamental o entendimento das suas estruturas morfológicas e contribuiçäo destes estágios para perpetuaçäo da infestaçäo. O homem, no ciclo evolutivo, pode participar como hospedeiro definitivo, portador da forma adulta do verme (Taenia solium - Teníase) ou como hospedeiro intermediário, apresentando a forma larvar (Cisticercus cellulosae-Cisticercose) nos seus tecidos, principalmente no SNC (75 por cento), motivo deste estudo, como também atingindo retina, coraçäo, músculo esquelético e tecido subcutâneo, dentre outros. Na Neurocisticercose, os cistos podem localizar-se no parênquima (Substância cinzenta ou tecido periventricular), no sistema ventricular ou no espaço subracnóide (leptomenínge), causando diversos quadros clínicos. O diagnóstico da NC se baseia principalmente na história epidemiológica do paciente, sintomas clínicos, estudo do líquor cefalorraquiano e exames de neuroimagem.