A Vivência de crises no ciclo gravídico-puerperal
Publication year: 1998
A mulher passa por situações que requerem ajustamentos e reestruturações, durante o ciclo gravídico-puerperal, tornando-se vulnerável à manifestação de períodos de crise. O objetivo do estudo foi compreender os significados das crises vivenciadas por primíparas no ciclo gravídico-puerperal. Dez puérperas fizeram parte do estudo e foram entrevistadas na Instituição até 48 horas após o parto e em sua residência entre o 6§ e 8§ dia de pós-parto. Na Instituição, utilizei um roteiro para entrevista semi-estruturada e na visita domiciliar, além da observação livre, entrevista aberta a partir da questão: "Como está sendo a experiência de ser mãe?". As falas foram organizadas e interpretadas, a partir dos pressupostos teóricos, da Teoria de Crise e do Modelo de Adaptação de Roy. O fenômeno desvelado está representado por três unidades temáticas, com suas respectivas categorias: Lembrando a Experiência da Gravidez (Confirmando a gravidez, morando com outros, restringindo e perdendo a liberdade, interagindo - só o casal), Lembrando a Experiência do Parto (Parindo, descobrindo o sexo do bebê) e Vivenciando o Puerpério (Vivenciando a transição e conflito de papéis, cuidando do filho na casa de outros, interagindo mãe-filho-pai). Compreendi que as mulheres primíparas em determinados momentos, na gravidez, no parto ou no puerpério, manifestaram comportamentos inadequados e sentimentos indesejáveis, culminando no aparecimento de crises na vida pessoal e familiar. Inúmeros estímulos, que fizeram parte das situações experienciadas, repercutiram de maneira negativa no modo de enfrentamento da mulher, diante da circunstância conflitante, não conseguindo as puérperas, até o último momento em que interagimos, uma adaptação satisfatória. Sugerem-se idéias para a atuação da enfermeira na prevenção de crises na família