Mäes com filho internado na UTI neonatal: um estudo sobre representaçöes sociais

Publication year: 2000

Os acontecimentos que envolvem o nascimento de um bebê prematuro ou doente, resultando na sua internaçäo na Unidade de Terapia Intensiva neonatal (UTI neonatal), levam as mäes a manifestarem sentimentos e açöes perante esta situaçao, que säo compreendidas pelos profissionais que as assistem neste evento. Assim sendo, o objetivo do estudo foi conhecer as representaçöes sociais das mäes acerca da internaçäo do filho na UTI neonatal. Utilizaram-se os Pressupostos Teóricos das Representaçoes Sociais, elaborados por Moscovici. A coleta e análise dos dados foram realizadas de acordo com as propostas de Taylor e Bogdan. Participaram nove mäes, cujos filhos estavam internados na UTI neonatal da Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no município do Rio de Janeiro. O material estudado foi obtido através de entrevista näo estruturada e individual, realizada pela própria pesquisadora. Dos resultados podem apreender-se duas categorias e seus respectivos temas: 1. A Constataçäo do Filho Real; a fragilidade do filho, uma realidade difícil, uma vivência única e compartilhada e 2.

A Hospitalizaçäo do Filho:

UTI como lugar de risco e recuperaçäo; o risco de vida, a esperança de vida, uma realidade de espera, a superaçäo de barreiras. O estudo indica que a experiência vivenciada pelas maes de recém-nascido prematuro ou doente internado na UTI neonatal constitui-se efetivamente em um processo de (re)significaçao de suas representaçöes sociais, sendo este movimento o que possibilita a participaçäo efetiva e legítima das mäes junto ao filho durante a hospitalizaçäo do recém-nascido na unidade e proporciona elementos para essas mäes viverem a experiência. Os resultados desta pesquisa mostram, também, que esse processo poderá ser vivenciado com menos angústia e sofrimento, pelas mäes, dando-se com maior clareza para elas, se os profissionais, que assistem o seu filho recém-nascido no contexto da UTI, tornarem-se disponíveis para estabelecerem interaçöes efetivas com essas mulheres, transformando-se, assim, em seus parceiros na experiência materna de vivenciar o nascimento do filho prematuro ou doente e sua internaçäo na UTI neonatal