Suporte avançado à vida: análise da eficácia do atendimento a vítimas de acidentes de trânsito em vias expressas

Publication year: 2000

O cuidado às vítimas de trauma deve começar antes mesmo da chegada ao hospital. O Atendimento Pré Hospitalar (APH), com suas modalidades, suporte básico de vida e suporte avançado de vida (SAV), é uma forte medida no combate ao agravamento e ao surgimento de novas lesöes ou seqüelas. Para as vítimas de acidente de trânsito em vias expressas, inúmeros fatores contribuem para o maior potencial de gravidade de lesöes, entre eles, a maior velocidade permitida e o alto fluxo de veículos de diferentes tipos. O Sistema Integrado de Atendimento às Emergências nas Marginais criado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de Säo Paulo, por meio do Sistema 192, implementou o APH modalidade SAV (SAV/192), nas duas vias expressas da cidade, as marginais Tietê e Pinheiros.

Os objetivos deste estudo säo:

caracterizar a populaçäo de vítimas de acidentes de trânsito atendidas nas Marginais; descrever, considerando os valores do Revised Trauma Score (RTS), aspectos do mecanismo de trauma e procedimentos realizados, além de analisar a eficácia do atendimento do SAV/192 através dos valores de tempo consumidos nas fases do atendimento, da decisäo de triagem e nível de complexidade dos hospitais de destino e das flutuaçöes na pontuaçao total e parcial do RTS, considerando os valores alcançados na cena e no hospital de destino. Utilizou-se como fonte de dados as fichas de atendimento. No total, 1031 vítimas de Abril/99 à Abril/00, foram analisadas quanto as suas características e, destas, 643 foram selecionadas para a descriçäo segundo o RTS e análise da eficácia. Predominaram os adultos entre 21 e 39 anos (59,8 porcento), do sexo masculino (83,1 porcento). A motocicleta (43,5 porcento), e seu condutor (38,6 porcento) foram, respectivamente, o veículo e a vítima mais atingida, os quais registraram, também, a maior adesäo ao uso de equipamentos de segurança (86,6 porcento). Houve 2,4 porcento de óbitos no período pré-hospitalar. As vítimas com RTS=12 somaram 90,8 porcento, com RTS=11, 4,0 porcento e RTS < OU=10, 5,2 porcento. Dentre as vítimas de RTS < 10, destacam-se as de atropelamentos (36,4 porcento), e as que foram projetadas (36,4 porcento). No geral, quanto mais baixo o RTS, maior o percentual de vítimas que foram submetidas a...