Vivenciando a gravidez e experienciando a soropositividade para o HIV

Publication year: 2000

O estudo buscou identificar e interpretar as concepçöes sobre AIDS, reveladas através das representaçöes sociais de mulheres grávidas soropositivas e seus companheiros. Os eixos teóricos foram a Teoria das Representaçöes Sociais e Gênero. Optou-se pela abordagem qualitativa, por ser capaz de revelar valores, símbolos e representaçöes, permitindo a captaçäo e a valorizaçäo das subjetividades. Foram entrevistadas(os) oito gestantes e dois companheiros.

A articulaçäo gravidez e soropositividade para o HIV emergiu em três dimensöes:

o processo de inclusäo-exclusäo social na saúde reprodutiva, a vulnerabilidade feminina ao HIV/AIDS e o próprio processo de vivenciar a gravidez [representada socialmente como vida] e a soropositividade para o HIV [representada socialmente como morte]. Os resultados revelaram a subalternidade de gênero como determinante da vulnerabilidade à infecçäo pelo HIV; a vivência da gravidez reforçando a concepçäo idealizada de maternidade, muito mais valorizada que a soropositividade, chegando a superá-la através da ressignificaçäo da doença, das suas conseqüências e do conhecimento da AIDS como uma das formas para o seu enfrentamento. A soropositividade contribuiu para aderência ao tratamento e adoçäo de medidas preventivas em relaçäo ao agravamento das suas condiçöes de saúde-doença e dos seus filhos em gestaçäo