Os agentes de autocuidado e a utilizaçäo de orientaçöes disponíveis no cenário do processo cuidativo da criança portadora de fissura lábio-palatal
Publication year: 2001
O presente estudo teve como objetivo compreender, descrever e analisar a maneira como, a mäe e/ou pessoa significativa (aqui designada como Agente de autocuidado - AAC) para a criança, fazem uso das orientaçöes recebidas por ocasiäo da alta hospitalar, por meio da identificaçäo dos requisitos universais da criança e das habilidades referidas pelo AAC em realizar os cuidados, baseados na Teoria do Déficit de Autocuidado de Orem. Visa ainda, contribuir e oferecer subsídios para a melhoria da qualidade da assistência prestada, dentro do programa de orientaçäo desenvolvido pela equipe interdisciplinar. É um estudo exploratório, descritivo com abordagem qualitativa. Foram realizados 60 entrevistas com o AAC da criança portadora de fissura lábio-palatal, em dois momentos distintos: a primeira realizada no período pós-operatório antes da alta hispitalar e a segunda foi realizada por meio telefônico, no período de 8 a 10 dias após a alta hospitalar. Após a análise das entrevistas, emergiram subcategorias relacionadas as condiçöes emocionais e à capacidade do agente de autocuidado incluindo conhecimentos para realizar os cuidados com a criança portadora de fissura lábio-palatal, evidenciando que a maioria dos agentes de autocuidado consegue realizar sem dificuldades os cuidados. Em relaçäo às orientaçöes fornecidas pela equipe de enfermagem e referidas em diferentes dimensöes e perspectivas pelos AAC, destacam-se: a adequaçäo das respostas dos AAC em relaçäo a segurar a criança (95,3 porcentos); aos cuidados com dor de ouvido (94,3 porcento); aos cuidados com alimentaçäo (91,4 porcento) e cuidados com retorno para avaliaçäo e cirurgia (88,6 porcento). Os demais itens (engasgos, regurgitaçäo, vômitos, deglutiçäo, perda de peso e respiraçäo ruidosa) situaram-se abaixo de 70,0 porcento das respostas consideradas como adequadas neste estudo