Adesäo do paciente com insuficiência cardíaca ao tratamento ambulatorial

Publication year: 2001

O estudo objetivou caracterizar a adesäo ao tratamento em um grupo de pacientes com insuficiência cardíaca segundo freqüência de ocorrência das categorias:

adesäo total, alto risco para falta de adesäo, falta de adesäo às medidas näo farmacológicas, falta de adesäo às medidas farmacológicas e falta de adesäo total. Estas categorias foram estudadas em termos de suas características definidoras e fatores relacionados e, de acordo com as variáveis: sexo, idade, escolaridade, tempo de tratamento, número de medicaçöes em uso e classe funcional na insuficiência cardíaca. A amostra foi constituída de 97 pacientes ambulatoriais de um hospital público, de ensino, especializado em cardiologia. As categorias de adesäo, previamente definidas para o estudo, ocorreram com as seguintes freqüências: falta de adesäo total 57 (58,8 porcento) pacientes, falta de adesäo às medidas näo farmacológicas 32 (33,0porcento), falta de adesäo às medidas farmacológicas 1 (1,0 porcento), alto risco para falta de adesäo 7 (7,2 porcento) e nenhum paciente apresentou adesäo total. Quanto às características definidoras, a falha no seguimento das recomendaçöes às medidas näo farmacológicas ocorreu em 89 (91,7 porcento) dos 97 pacientes; a falha no seguimento das recomendaçöes às medidas farmacológicas ocorreu em 58 (59,8 porcento), a evoluçäo incompatível com o tratamento deu-se em três (3,1 porcento).

Dos 20 fatores relacionados estudados os mais freqüentes no conjunto das categorias de adesäo foram:

desconhecimento da patologia, tratamento, complicaçöes e riscos da doença (99,0 porcento), crenças de saúde conflitantes (97,9 porcento) e regime terapêutico complexo (94,8 porcento).

Quanto às variáveis demográficas e do tratamento:

57,6 porcento de pacientes do sexo masculino e 61,3 porcento do sexo feminino tinham falta de adesäo total, a falta de adesäo parcial ocorreu em 33,3 porcento dos homens e em 35,5 porcento das mulheres; a idade média foi 62,4 (+ ou - 12,8) anos na falta de adesäo total, 66,3 (+ ou -11,5) anos na parcial e 69,8 (+ ou - 5,9) no alto risco para falta de adesäo; as escolaridades médias nas três categorias de adesäo foram: 3,6 (+ ou - 2,3) anos no alto risco para falta de adesäo, 4,1 (+ ou - 2,6) na falta de adesäo parcial e 3,7 (+ ou - 4,1) anos na falta de adesäo total, os tempos médios de tratamento foram: 2,0 (+ ou - 1,5) anos no alto risco para falta de adesäo, 3,1 (+ ou - 1,6) anos na falta de adesäo parcial e 2,9 (+ ou - 1,5) anos na falta...