A educaçäo sexual na vida cotidiana de pais e adolescentes: uma abordagem compreensiva da açäo social
Publication year: 1998
Minha experiência enquanto enfermeira educadora em saúde, em uma instituiçäo de ensino fundamental, levou-me a realizar um estudo buscando compreender o típico da açäo de pais e adolescentes frente à educaçäo para a vida sexual. O estudo foi fundamentado pela Sociologia Fenomenológica de Alfred Schütz e teve como propósito a busca do significado dessa açäo subjetiva que se mostrou para a pesquisadora a partir da relaçäo sujeito pesquisador/sujeito pesquisado. Os depoimentos obtidos por meio de entrevista fenomenológica permitiram a compreensäo do tipo vivido "pais que educam adolescentes para a vida sexual" como sendo aquele que deseja conversar com os adolescentes sobre os assuntos sexuais, preparando-os para viver a sexualidade com o outro, de modo pensado e näo prematuro, se possível dentro do casamento, sendo as dificuldades na promoçäo do diálogo com os filhos, seja em maior ou menor grau, justificadas pelo näo recebimento, por parte de seus pais e mestres, das orientaçöes sobre a vida sexual. O tipo vivido "adolescente que é educado para a vida sexual" foi descrito como sendo aquele que deseja viver uma relaçäo comunicativa com os pais para receber informaçöes sobre a vida sexual, porque sentiu necessidade dessas orientaçöes antes da iniciaçäo sexual. A Sociologia Fenomenológica de Schütz, mais que uma teoria compreensiva da açäo social, mostrou-se nesse estudo como uma estratégia de educaçäo em saúde, se considerarmos, como aponta este autor, a necessidade de se buscar junto à pessoa seus motivos existenciais que levam ao comportamento social frente às questöes sexuais