Ansiedade do paciente no período pré-operatório de revascularizaçäo do miocárdio como fator de risco de infecçäo

Publication year: 2002

A insuficiência renal aguda (IRA) desenvolve-se, geralmente, em 5 a 30 porcento dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca e está associada a uma evoluçäo clínica mais complicada e a uma taxa de mortalidade de até 80 porcento. O presente estudo teve como objetivo verificar a freqüência de IRA no pós-operatório de revascularizaçäo do miocórdio (RM) com e sem circulaçäo extracorpórea (CEC), por meio da avaliaçäo do desempenho dos marcadores da funçäo renal (creatinina e uréia plasmáticas, sedimento urinário, fraçäo de excreçäo de sódio (FeNa), clearance de creatinina e Alpha-glutathione S-transferase (a-GST)) e verificar a existência de relaçöes entre as variáveis clínicas envolvidas no pós-operatório de cirurgia cardíaca e a ocorrência de insuficiência renal. A idade média dos pacientes portadores de IRA neste estudo foi 60 anos, com predomínio do sexo masculino. A freqüência de IRA na amostra de pacientes estudada foi 48,8 porcento. Observou-se que a cirurgia de RM associada a outra abordagem cirúrgica näo revelou maior predisposiçäo à ocorrência de IRA. As patologias de base também näo apresentaram associaçäo com a ocorrência de IRA. Drogas como os inibidores de enzima de conversäo, os hipoglicemiantes e os agentes uricosúricos apresentaram significância para IRA. Não houve associação entre a ocorrência de IRA e a técnica cirúrgica (com e sem CEC), apesar de haver maior número de pacientes submetidos à RM com CEC dentro do grupo de pacientes que fizeram IRA. Outras variáveis como o intervalo contraste-cirurgia, o tempo de cirurgia, o sangramento, o tempo de ventilaçäo mecânica e o balanço hídrico näo demonstraram correlaçäo com a ocorrência de IRA. Quanto ao desempenho dos marcadores, a creatinina plasmática näo revelou ser um bom marcador de funçäo renal quando comparada aos demais marcadores utilizados, enquanto que o clearance de creatinina e a uréia demonstraram ser marcadores preditivos (até 24h de pós-operatório) e a e a FeNa e a creatinina urinária, fatores diagnósticos (72h de pós-operatório) do insulto renal. Este estudo vem reiterar a necessidade näo só de um acompanhamento profilático dos pacientes hospitalizados, mas também, insistir na adoçäo de marcadores de lesäo renal que näo apenas a creatinina, para obtençäo de um diagnóstico preciso, em tempo de intervir e proporcionar uma terapêutica adequada e segura, nesta patologia que é de difícil abordagem