Publication year: 2001
O estudo trata das representaçöes de enfermeiras oncológicas sobre o significado de morte, bem como de suas emoçöes frente à morte do paciente oncológico. A natureza do estudo é qualitativa, tendo como referencial teórico a Teoria das Representaçöes Sociais de Moscovici para apoio da análise e das discussöes sobre as informaçöes das enfermeiras. O método utilizado para análise dos depoimentos foi a Análise de Conteúdo.
As informaçöes coletadas foram agrupadas em três núcleos de pensamentos:
as significaçöes de morte, as emoçöes frente à morte do paciente oncológico, e as emoçöes frente à morte de alguém próximo. A conclusäo do estudo indica que há um paradoxo entre as concepçöes de morte enquanto algo divino e algo finito. O eixo por onde desenvolvem-se concepçöes divergentes parece ser o desconhecimento acerca do evento-morte, também citado pelas entrevistadas. Paralelamente a isso, encontram-se os dizeres das enfermeiras que indicam que a morte suscita impotência, raiva, alívio e valorizaçäo da vida. Emoçäes opostas apareceram e incluem tristeza e tranqüilidade. As emoçöes frente à morte de alguém próximo - tristeza e luto. inconformismo/descontrole - denunciam que a vivência da morte relaciona-se diretamente com a pessoa que morre, evidenciando que a tristeza frente à morte do paciente oncológico parece relacionar-se mais com a culpa decorrente do binômio impotência/onipotência. Os resultados obtidos permitem a abertura de um novo modo de investigar a morte e näo se esgota aqui, apenas inicia-se uma observaçäo mais detalhada sobre aspectos da prática de enfermagem frente à morte