Qualidade de vida de alunos-trabalhadores que cursam a graduaçäo em enfermagem

Publication year: 2002

Trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal e com abordagem quantitativa, que teve como objetivos: descrever as características sociodemográficas, de trabalho e de estudo de alunos-trabalhadores que cursam a graduaçäo em Enfermagem; analisar a qualidade de vida desses alunos, em relaçäo aos seguintes aspectos: saúde/funcionamento, socioeconômico, psicológico/espiritual e família, e analisar as associaçöes entre a qualidade de vida dos alunos pesquisados e as suas características sociodemográficas, de trabalho e de estudo. A amostra foi constituída por 218 alunos-trabalhadores do último ano de cinco cursos de graduaçäo em Enfermagem da rede privada do município de Säo Paulo. Para a avaliaçäo da qualidade de vida foi utilizado o Indice de Qualidade de Vida de Ferrans & Powers (IQV), instrumento genérico composto por quatro domínio: Saúde/funcionamento, Socioeconômico, Psicológico/espiritual e Família. O IQV mostrou alta confiabilidade para uso neste estudo (Alfa = 0.93). A maioria dos alunos era do sexo feminino (84,2 porcento), com predomínio de solteiros (57,8 porcento) e da faixa etária de 20 a 29 anos (52,1 porcento). A maioria näo tinha filhos e entre os que tinham (35,8 porcento), a média foi de 1,76. A renda pessoal foi de 6 a 8 salários mínimos para 29,8 porcento dos alunos e 37,2 porcento eram responsáveis pelo próprio sustento e o família. 86,7 tinham algum tipo de lazer e assistir à televisäo foi o mais citado (61,5 porcento). Quase a totalidade dos alunos (90,0 porcento) já trabalhava antes de iniciar a graduaçäo e permaneceu trabalhando durante todo o curso. Predominaram os alunos com um emprego (74,8 porcento) e o período de trabalho mais freqüente foi o vespertino (46,8 porcento). O hospital era o local de trabalho de 86,9 porcento dos alunos, sendo 74,3 porcento como auxiliares ou técnicos de enfermagem; 77,1 porcento trabalhavam mais de 30 horas semanais e 70,6 porcento gastavam mais de duas horas por dia em meio de transporte. Nos estudos, constatou-se atraso na vida escolar, com interrupção de cerca de 5 anos entre o término do ensino médio e o início da graduaçäo. Em geral, os alunos dedicavam aos alunos menos de 2 horas por semana (55,5 porcento) ou näo tinham tempo para estudar (7,8 porcento); a maioria (70,5 porcento) näo conseguia manter a atençäo durante as aulas devido ao cansaço, estresse e sonolência; 50,3 porcento indicaram como principal motivo para saírem mais cedo das aulas a incompatibilidade entre horários...