Comportamento comunicativo do docente de enfermagem e sua influência na aprendizagem do educando
Publication year: 1999
Este estudo é uma reflexäo sobre o ensino de enfermagem e a motivaçäo que o aluno de graduaçäo tem para o processo de ensino-aprendizagem. Sabendo-se que a motivaçäo é uma condiçäo interna do indivíduo e que o aprendizado näo ocorre de forma isolada dos sentimentos ou das relaçöes interpessoais e, sim, por processos carregados de afetividade, diferenças culturais, crenças e valores, realizamos este estudo com o objetivo de aprender os significados atribuídos à comunicaçäo docente-discente no ensino de enfermagem em sala de aula. O referencial teórico e metodológico desta pesquisa foi a teoria de ROGERS (1973) para justificar a maneira de perceber o processo de ensino-aprendizagem quando esta dá ênfase às relaçöes interpessoais e ao crescimento que delas resulta, centrada no indivíduo e em seus processos de construçäo e organizaçäo pessoal da realidade; e, a proposta de observaçäo dos sinais näo-verbais de SILVA (1996), quando descreve signos possíveis de serem identificados na nossa cultura de sala de aula. Esta pesquisa foi desenvolvida como um estudo transversal e de campo das interaçöes entre docente e alunos em sala de aula. Podemos afirmar, a partir dos resultados obtidos, que existem comportamentos comunicativos verbais näo verbais que podem motivar o aluno a aprender. Os sujeitos pesquisados manifestaram-se referindo como aspectos facilitadores para o aprendizado: a dinâmica realizada em aula, a boa comunicaçäo professor aluno e o conteúdo relevante; como aspectos dificultadores: o tempo reduzido para a matéria, a inibiçäo de alguns alunos e a falta de interesse pelo tema. Quando se observaram e observaram o outro, os sujeitos demonstraram a existência de coerência entre o verbal e näo-verbal com gestos, posturas, expressöes faciais e relaçöes de distância interpessoal mantidas, complementando e até substituindo o verbal, além de demonstrar sentimentos. Os resultados deste estudo nos fazem acreditar que a sala de aula pode ser um lugar de demonstraçäo de emoçäo, descontraçäo, afetividade e respeito pelo outro, onde as diferenças individuais devem ser reconhecidas, respeitadas e valorizadas, pois estimulam a construçäo do conhecimento