Saúde coletiva: os (des) caminhos da construçäo de enfermagem
Publication year: 1999
Este estudo teve como objetivo refletir sobre as possibilidades de transformaçäo do ensino de saúde coletiva na enfermagem, analisando as concepçöes e percepçöes de docentes, alunos e egressos de um Curso de Graduaçäo em Enfermagem de uma Universidade do interior paulista. Partiu-se da historicidade do ensino na sua relaçäo com os diferentes modelos de atençäo à saúde propostos no país: Saúde Pública, Medicina Preventiva, Saúde Comunitária e Saúde Coletiva. Entende-se Saúde Coletiva como um campo de conhecimento e práticas em construçäo, constituído por um vasto conjunto de saberes e experiências, direcionadas a um novo modo de compreender e fazer saúde na viabilizaçäo do SUS. Nesta perspectiva, a educaçäo em saúde coletiva busca a formaçäo de sujeitos comprometidos com a transformaçäo de suas práticas e com a melhoria das condiçöes sociais e de saúde. O material empírico foi obtido a partir de catorze entrevistas com docentes, alunos e agressos, e de um grupo focal com docentes. A análise realizada permitiu identificar uma concepçäo de Saúde Coletiva como campo amplo, composto por vários conhecimentos, com pouca definiçäo de limites, evidenciando certa inespecificidade e complexidade no seu entendimento. O processo ensinar-aprender ocorre em cenários diversificados e com intensa fragmentaçäo do conhecimento. A realidade desfavorável dos serviços de saúde colocou-se como fator limitante ao ensino da Saúde Coletiva. Por outro lado, este estudo identificou a possibilidade de construçäo de projetos de mudança no ensino em pequenos espaços, ainda que com repercussöes limitadas, poderäo contribuir para transformaçöes mais abrangentes. A interdisciplinariedade mostrou-se como um caminho a ser percorrido, tanto para solucionar a fragmentaçäo no ensino, como para articular os diversos conhecimentos da Saúde Coletiva