O processo de morrer no cotidiano do trabalhos dos profissionais de enfermagem de Unidades de Terapia Intensiva
Publication year: 2003
Os profissionais da equipe de enfermagem esboçam diferentes reaçöes ao assistir o paciente durante o processo de morrer, e também o sofrimento dos seus familiares. E vivenciar essas situaçöes provocam um sério desgaste emocional nesses profissionais. Assim, a presente pesquisa tem, como objetivos, identificar as representações dos profissionais de enfermagem de UTIs, do HU-USP, no enfrentamento do processo de morrer em seu cotidiano de trabalho; analisar as representaçöes dos profissionais de enfermagem de UTIs, do HU-USP, no enfrentamento do processo de morrer e propor intervençöes que potencializem o enfrentamento do processo de morrer pelos profissionais de enfermagem na assistência prestada ao paciente e à sua família, visando uma prática humanizante e humanizada. A pesquisa foi qualitativa, e os dados obtidos por meio de entrevistas individuais e nas dinâmicas ocorridas em cinco encontros norteados pela técnica de grupo focal, que utilizou como estratégia a pesquisa-açäo. Estes dados foram analisados segundo a modalidade da análise temática estruturada nas concepçöes de saúde-doença-morte e nos aspectos culturais, no processo de trabalho em enfermagem e suas especificidades, cujo foco foi a humanizaçäo dentro do ambiente hospitalar e a psicodinâmica do trabalho: sofrimento-prazer no trabalho de enfermagem. Os resultados mostraram a necessidade de se implantar encontros sistematizados, nos quais os profissionais de enfermagem de unidades de terapia intensiva tenham a oportunidade de expor suas angústias e medos ao assistir o paciente no processo de morrer, bem como os seus familiares. O intuito dessa iniciativa é fortalecer a construçäo individual e coletiva de estratégias destinadas a ajudar o profissional a enfrentar tais adversidades