Higiene das mãos: comparação da eficácia antimicrobiana do álcool - formulação gel e líquida - nas mãos com matéria orgânica
Publication year: 2004
Indiscutivelmente, higiene de mãos (HM) é uma das medidas mais importantes para prevenir as Infecções Hospitalares. Além da tradicional lavagem com água e sabão, o uso do álcool tem se destacado na HM, pois, possui boa atividade antimicrobiana, dispensa pia, reduz o tempo e previne ressecamento de mãos. Das evidências científicas sobre seu uso na HM, ainda há contradições quanto à sua efetividade na presença da matéria orgânica nas mãos. Esta pesquisa foi desenvolvida com intuito de elucidar esta questão avaliando a eficácia antimicrobiana de três formulações alcoólicas (duas em forma de gel e uma líquida) nas mãos com matéria orgânica. Os trabalhos laboratoriais foram realizados no Laboratório de Pesquisas do Instituto de Ensino e Pesquisas (coleta de amostras bacterianas) e no Laboratório de Microbiologia do Departamento de Patologia Clínica do Hospital Albert Einstein (contagem bacteriana), utilizando a metodologia oficial Européia - EN 1500 modificada. Quatorze voluntários - pessoas saudáveis, sem problemas de pele nas mãos e que asinaram o "Termo de Consentimento Livre e Esclarecido", foram aleatorizados em três grupos e cada grupo utilizou os produtos-testes e referência em seqüências diferentes. Os produtos-teste foram: produto A - álcool etílico sob a forma de gel a 62 porcento (p/p), produto B - álcool etílico sob a forma de gel a 70 porcento (p/p) e produto C - álcool etílico a 70 porcento (p/v) glicerinado sob a forma líquida e o produto D - alcool 2-propanolol 60 porcento, produto referência padronizado pela metodologia EN 1500. Para cada produto-teste e referência, foi realizada a seguinte seqüência de procedimentos: lavagem de mãos por um minuto com água e sabão; aplicação de 1,2 ml de sangue estéril desfibrinado de carneiro; contaminação das mãos até metade dos matacarpos no caldo tríptico de soja (TSB) com o microrganismo-desafio S. macescens ATCC 14756; coleta de amostras pré HM, friccionando os dedos na placa de Petri contendo TSB (valor inicial); HM aplicando o(s) produto(s)-teste e referência; coleta de amostras para recuperação bacteriana (valor final), com a mesma técnica da fase pré HM e cálculo do fator de redução (FR) logarítmica (log10) de S. marcescens (valor inicial - valor final). Foram realizadas análises estatísticas (teste de Wilcoxon) para verificar a equivalência entre o(s) produto(s)-teste e referência, com o nível de significância estabelecido..