Representações sociais da hospitalização de crianças sob o olhar do familiar-acompanhante
Publication year: 2005
Este estudo, de natureza qualitativa, teve por objetivo analisar as representações sociais da hospitalização de crianças entre os familiares - acompanhantes. Para a apreensão dessas representações foram escolhidos como sujeitos da pesquisa 30 familiares que acompanhavam crianças hospitalizadas em unidades pediátricas de um hospital universitário do município do Rio de Janeiro. Utilizou-se como abordagem teórico-metodológica a Teoria das Representações Sociais, sob a vertente psicossociológica de Moscovici. A técnica de coleta de dados adotada foi a entrevista semi-estruturada, e para a análise das entrevistas empregou-se a técnica de análise de conteúdo temática. O perfil predominante dos sujeitos apontou para mães, com escolaridade média, que vivem com o companheiro e com a criança, caracterizando um estilo de família nuclear, possuem outros filhos com idade compreendida entre 1 e 6 anos, e não trabalham. Quanto ao perfil das crianças hospitalizadas, a grande maioria é do sexo masculino, tem idade entre 1 e 2 anos, moram com os pais, estão hospitalizadas devido a doenças infecciosas com isolamento e doenças congênitas, possuem tempo de internação que varia de 3 a 10 dias e têm história de reinternações freqüentes, e ainda dependem parcialmente de suas mães. Os resultados da análise de conteúdo revelaram 6 categorias temáticas e 9 subcategorias. Os conteúdos observados na análise temática apontam para uma representação da hospitalização ancorada em significados e experiências anteriores sobre a doença e a hospitalização. Exprimem sentimentos variados, que quando relacionados à doença, referem-se à situação de gravidade e ao sofrimento da criança; ao referir-se a hospitalização, relacionam-se ao medo da morte. Um segundo elemento da representação observado são as atitudes positivas diante da hospitalização, julgando-a necessária para a recuperação da criança...