Vivência e expectativas da paternidade, pelo adolescente, sob a ótica da enfermagem

Publication year: 2006

Este estudo teve por objetivo compreender o que significa para o adolescente que vivencia a gravidez de sua companheira, ter gerado um filho e assumir opapel de pai. Participaram seis adolescentes, futuros pais, de 17 a 19 anos, pertencentes a área de abrangência de uma Unidade de Saúde da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, cuja maior parte da população é de baixa renda. Considerando o objeto de estudo foi utilziada a metodologia qualitativa - pesquisa social, descrita por Minayo. Empregou-se a entrevista semi-estruturada para a coleta dos depoimentos, os quais foram analisados à luz da análise de conteúdo proposta por Bardin (1977).

Na análise foram identificadas seis unidades de registro:

a relação pregressa do adolescente com a companheira; entre o cuidado e o descuido no planejamento da gravidez; sentimentos vividos diante da confirmação da gravidez; o "dar-se conta" da existência do bebê; o "ter que ter" responsabilidade; antevendo o exercício do papel de pai e suas unidades de contexto. Os resultados do estudo revelam que a vivência da gravidez pelo adolescente, apesar de ter ocorrido sem planejamento, transforma-se como uma experiência positiva, repleta de emoções, medos e expectativas. Ter gerado o filho leva os adolescentes a sentirem-se mais responsàveis e apontarem mudanças em seu modo de ser e de viver. Expressam grande preocupação com o furuto, em especial em prover e manter a família. Em relação ao papel de pai possuem expectativas positivas e desejam ser diferente de seus genitores quanto à afetividade e participação ativa na vida do filho, compartilhando o cuidado com a companheira, como trocar fraldas, alimentar, dar banhom entre outros. Conclui-se que é necessário e funamental que os profissionais de saúde, principalmente o enfermeiro, apóiem e incluam o adolescente, futuro pai, na assistência pré-natal prestada a sua companheira.