O passado no presente: estudo das memórias e representações sociais de profissionais de saúde no contexto da epidemia do HIV/Aids

Publication year: 2013

O presente estudo tem como objetivo analisar os conteúdos das memórias sociais, construídas por profissionais de saúde, acerca da epidemia do HIV/Aids no Brasil, desde o seu surgimento até os dias atuais. Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, pautado na abordagem qualitativa, orientado pela Teoria das Representações Sociais, em interseção com as Memórias Sociais. Os sujeitos do estudo foram 23 profissionais de saúde graduados de serviços ambulatoriais e/ou da atenção básica, atuantes em 18 instituições públicas de saúde da cidade do Rio de Janeiro que possuem o Programa Nacional de DST/Aids. A coleta de dados deu-se por meio de um roteiro de entrevista semiestruturada e um questionário de caracterização sócio profissional. Para a análise dos dados foi utilizada a técnica de análise lexical, realizada pelo software ALCESTE 4.10.

Na análise do grupo total de sujeitos foram definidas três categorias denominadas:

“As primeiras décadas da epidemia: a formação da representação social do HIV/Aids e das memórias”, abordando a formação das representações e os elementos de memória nas décadas de 80 e 90; “As práticas multiprofissionais e o atendimento à pessoa com HIV/Aids nos dias atuais”, abordando a cotidianidade e as representações acerca do HIV/Aids na atualidade e “Formas de transmissão e precaução pessoal e profissional”, abordando a precaução pessoal e profissional implicada na prevenção, enquanto conteúdo atemporal e transversal aos períodos analisados. A análise dos dados revelou que os profissionais de saúde delimitaram as memórias acerca da Aids no inicio da epidemia, associadas ao homossexualidade e à morte, tendo as mesmas se estruturado através da difusão dos conhecimentos estabelecidos na época pela mídia e pelo aparecimento dos primeiros casos assistidos pelos profissionais, que determinaram um cenário de estereótipos atrelados ao HIV e à Aids...
The present study aims to analyze the contents of social memories structured by health professionals, concerning the HIV/AIDS epidemic in Brazil, from its emergence to these days. It is an exploratory and descriptive study, based on the qualitative approach, oriented by the Theory of Social Representations, in intersection with the Social Memories. The subjects of the study were 23 health professionals graduated either in ambulatory service or basic attention. They act in 18 public health institutions from Rio de Janeiro which possess the National Program of STD/Aids. The collection of data was feasible by means of a script of a semistructured interview and a questionnaire about socio-professional characterization. In order to analyze the data, a lexical analysis technique, accomplished by the software ALCESTE 4.10, was used. In the analysis of the entire group of people, three categories have been established, as it follows: “The first decades of the epidemic: the formation of HIV/Aids social representation and the formation of memories”, approaching the formation of representations and the elements of memory in the 1980’s and the 1990’s; “The multiprofessional practices and the assistance to the person with HIV/AIDS nowadays.”, approaching everyday life and the representations regarding the HIV/AIDS in current days and “Ways of transmission, personal and professional precaution.”, approaching the personal and professional precaution implicating in the prevention, as non-temporal and transversal content to the analyzed periods. The analysis of the data revealed that health professionals have categorized the memories concerning Aids in the beginning of the epidemic associating them to homosexuality and to death. These memories have been structured through the diffusion of the assisted cases by the professionals, who determined a scenery of stereotypes linked to HIV/Aids...
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