Determinantes ambientais da prática de atividade física no lazer: uma análise multinível
Publication year: 2015
As doenças crônicas não transmissíveis constituem um sério problema de saúde pública e uma ameaça para a saúde e o desenvolvimento humano. Neste contexto, a prática de atividade física destaca-se como uma estratégia de promoção da saúde e uma forma de evitar essas doenças. Além dos fatores individuais, as características do ambiente no qual as pessoas vivem podem oferecer oportunidades ou barreiras para adoção de hábitos saudáveis e estão relacionadas à prática de atividade física. O objetivo do presente estudo é estimar associações entre as características do ambiente construído e social e a prática de atividade física no lazer em população adulta. Trata-se de um estudo transversal, desenvolvido utilizando a base de dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e de Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL 2008/2010) de Belo Horizonte, Minas Gerais. Foram considerados ativos no lazer os indivíduos que praticaram pelo menos 150 minutos semanais de atividade física de intensidade leve ou moderada ou pelo menos 75 minutos semanais de atividade física de intensidade vigorosa. Para caracterizar o ambiente construído e social, foram utilizados dados georreferenciados dos locais públicos e privados para a prática de atividade física, estabelecimentos de venda de alimentos saudáveis, densidade populacional, densidade residencial, taxa de homicídio e renda total da área de abrangência. A área de abrangência das unidades básicas de saúde foi utilizada como unidade de contexto. Para a análise dos dados, foi realizada regressão logística multinível. Foram avaliados 5779 adultos, sendo 58,77% do sexo feminino. Observou-se variabilidade da prática de atividade física no lazer entre as áreas de abrangência (Mediana Odds Ratio=1,30). Após ajustar pelas características individuais, maior densidade de locais privados para a prática de atividade física (OR=1,31; IC95%: 1,15 - 1,48) e a menor...
The chronic diseases are a serious public health problem and a threat to health and human development. In this context, the physical activity practice is highlighted as a strategy to health promotion and to avoid these diseases. In addition to individual factors, environmental characteristics in which people live, may offer opportunities or barriers in adopting healthy habits and this is related to the physical activity (PA) practice among individuals. The aim of this study is to estimate associations between variables of the built and social environment and physical activity in leisure time in adults. This is a cross-sectional study, developed using the database of Surveillance System for Risk and Protective Factors for Chronic Diseases by Telephone Survey (VIGITEL 2008/2010) of Belo Horizonte, Minas Gerais. Individuals with the habit of practicing PA for at least 150 minutes of moderate-intensity PA or at least 75 minutes of vigorous-intensity PA throughout the week in leisure time were classified as active in leisure time. To characterize the built and social environment we used georeferenced data of public and private places for physical activity, establishments selling health food, population density, residential density, homicide rate and total income of the coverage area. The covered area of the basic health units was used as context unit. For data analysis, we used multilevel logistic regression. The study included 5779 adults, 58.77% female. There was variability of physical activity in leisure time between area covered by the basic health units (Median Odds ratio = 1.30)...