Desvelando o ser-aí-mulher-que-vivencia-o-linfedema-por-câncer-de-mama: contribuições da fenomenologia para o cuidado em saúde

Publication year: 2017

Esta investigação buscou desvelar os sentidos da mulher na vivência do linfedema por câncer de mama. Trata-se de um estudo fenomenológico, fundamentado no referencial teórico/ metodológico de Martin Heidegger. Os cenários de pesquisa foram o Hospital Ascomcer, Juiz de Fora-MG, e a Fundação Cristiano Varella, em Muriaé. Realizou-se a entrevista fenomenológica com treze mulheres que vivenciam o linfedema por câncer de mama. A análise compreensiva, em seu primeiro momento metódico, mostrou que a mulher pensava que poderia fazer de tudo, mas fazendo as coisas da sua rotina senti o braço inchando. Queixa-se de dor ou dormência, o braço inchado e pesado. Fica envergonhada e chateada com o braço sem estética e tenta disfarçar. Sabe que com o esforço, a extravagância, o calor e o peso o braço vai inchar e doer, mas não consegue evitar. Tem que fazer tratamento no braço e, por vezes, usar luva. Percebe-se limitada, não é mais a mesma pessoa, procura se ocupar com outras coisas. Fica entristecida e chateada, é uma provação difícil que precisa conviver. Na hermenêutica, o ser-aí-mulher-que-vivencia-o-linfedema-por-câncer-de-mama mostra-se na impessoalidade, na impropriedade e na inautenticidade, como modos próprios do cotidiano. Diante da facticidade, regida pelo falatório e ambiguidade o ser-mulher revela uma vida com limitações e mostra-se no pavor, horror e terror. Acredita-se que o caminho para uma assistência de qualidade está no empoderamento do ser-aí-mulher e na supressão do caráter ameaçador que fragiliza e imobiliza o ser. A prevenção precisa ser contemplada para reduzir os riscos de desenvolver o linfedema.(AU)