Publication year: 2017
O objeto deste estudo é a atuação do enfermeiro no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Casa Viva no município de Juiz de Fora/MG e suas repercussões para a prática da enfermagem psiquiátrica.
Objetivos:
Descrever o processo de criação do CAPS Casa Viva; Analisar as estratégias de reatualização do habitus profissional do enfermeiro no CAPS Casa Viva; e Discutir a atuação do enfermeiro no CAPS Casa Viva. Metodologia:
Estudo histórico-social que apoia-se nas noções teóricas de campo, habitus, poder simbólico e luta simbólica, do sociólogo Pierre Bourdieu. As fontes primárias se constituíram de documentos escritos e documentos orais, estes coletados segundo a História Oral Temática. Resultados:
Nas últimas três décadas, o movimento de Reforma Psiquiátrica em Juiz de Fora foi construindo bases para permitir e sustentar transformações teórico-práticas na assistência às pessoas com transtornos mentais. Evidenciamos que, mesmo se desejando um novo paradigma na assistência à pessoa com transtorno mental, isso não foi algo simples. Tornou-se essencial a incorporação de uma nova forma de pensar e agir por parte dos profissionais de saúde, em particular os enfermeiros psiquiátricos, para entenderem a doença mental e a pessoa com transtorno mental, o que necessitou de uma mudança importante no habitus profissional de enfermeiros e demais profissionais da saúde. Frente a essas transformações ocorridas no município, a criação do CAPS Casa Viva tornou-se fundamental. Percebemos como a história dos enfermeiros psiquiátricos no município de Juiz de Fora foi uma história de lutas, nem sempre bem sucedidas, mas que certamente provocaram efeitos no campo da saúde mental. Esses efeitos, por menores que sejam, refletem o envolvimento desses profissionais com transformações do campo da enfermagem psiquiátrica que promoveram a reatualização do habitus profissional.(AU)