Narrativas de vida de mulheres submetidas a mastectomia

Publication year: 2007

Estudo de natureza qualitativa que tem como objeto de estudo a percepção da mulher em relação às alterações ocorridas em seu corpo e em sua vida em função da mastectomia. Teve como objetivos descrever a percepção da mulher sobre as alterações ocorridas em seu corpo e em sua vida em função da mastectomia a partir de sua história de vida e analisar a percepção da mulher mastectomizada em relação às alterações ocorridas em sua vida. A metodologia foi a história de vida. Os sujeitos do estudo foram 15 (quinze) mulheres portadoras de câncer de mama, submetidas a mastectomia e que aceitaram participar da pesquisa.

Foram identificadas através da fala das mulheres cinco categorias de análise:

Percepção da doença – a sombra do medo; Tratamento do câncer – a experiência vivenciada; Mudanças nas relações interpessoais na vida da mulher; percepção de si mesma como mastectomizada; e adaptando-se à nova condição. Os resultados revelaram que toda a trajetória da mulher com câncer é permeada pelo medo, desde o diagnóstico, tratamento, medo de recidiva e da morte. Por trás do medo presente em todo o processo de adoecer da mulher com câncer de mama, encontra-se nas entrelinhas o não dito: o medo da morte e de morrer. As mulheres apresentam reações comuns aos pacientes que se encontram em fase terminal de uma doença, descritas por Kübler-Ross. No tratamento da doença destacaram-se a valorização de experiências anteriores à doença e as dificuldades ocorridas durante o tratamento da doença. Na percepção de si mesma como mastectomizada alterações relacionadas à imagem corporal da mulher e como ela se relaciona com seu corpo após a mastectomia. Na adaptação à nova condição a mulher tem de lidar com questões de sexualidade e gênero, além da aquisição de novos hábitos. As mudanças nas relações interpessoais ocorreram na vida dessas mulheres, em alguns casos, de forma a melhorar os relacionamentos familiares, fortalecendo os laços afetivos preexistentes. As entrevistadas relataram, ainda, o desejo de obter informações e orientações sobre como se cuidar. Os profissionais de enfermagem podem desenvolver o planejamento da assistência de enfermagem a essas mulheres de maneira personlizada e integral.(AU)