Publication year: 2016
O presente estudo teve como objeto a configuração da rede social do
familiar/acompanhante durante a hospitalização da criança.
Os objetivos foram:
descrever a estrutura da rede social do familiar/acompanhante durante a
hospitalização da criança; analisar a função da rede social configurada pelo
familiar/acompanhante e as suas implicações para sua permanência durante a
hospitalização da criança; discutir a dinâmica das relações estabelecidas na rede
social do familiar e suas implicações para a sua permanência durante a
hospitalização da criança. O referencial teórico-metodológico do estudo está
vinculado a “Rede Social” proposto por Lia Sanicola por possibilitar o conhecimento
da dinâmica relacional na qual o familiar/acompanhante da criança hospitalizada
está inserido. O método concebe o familiar dentro de uma trama relacional – a rede
social – composta por pessoas (família, parentes, vizinhos, amigos e colegas) e
instituições (de assistência, de saúde, entre outros). Estudo de abordagem
qualitativa cujo local foi a Unidade de Internação Pediátrica (UIP) de um hospital
público pediátrico localizado na cidade do Rio de Janeiro. Participaram dez
familiares/acompanhantes de crianças hospitalizadas cujos procedimentos
metodológicos foram: formulário para caracterização dos participantes, entrevista
semi-estruturada e a elaboração do mapa da rede social. Para analisar os
depoimentos, foi utilizada a análise temática de Minayo. Constatou-se que as redes
sociais primárias são de tamanho médio e construídas principalmente pela família
nuclear, bem como a mãe e a sogra. A rede social secundária é constituída pelas
instituições de saúde, principalmente o local de internação atual, onde a criança
nasceu ou onde faz acompanhamento de reabilitação. A função da rede social é dar
apoio emocional e material, tendo o marido/ companheiro papel fundamental nesta
rede, no entanto, constata-se que outros parentes foram citados, entre eles, as
mães, sogras, irmãos e primas, sendo a maioria deles, do gênero feminino. Os
vínculos são estabelecidos com a rede social primária e secundária tendo vínculos
fortes principalmente com os membros da rede primária. Na rede secundária foram
citados vínculos com membros da equipe de saúde, principalmente com a equipe de
enfermagem seguida dos médicos. Os participantes também referiram vínculos com
as instituições de saúde, no entanto, os vínculos mais fortes são estabelecidos com
outras instituições e não com a instituição do estudo. Conclui-se que no momento da
hospitalização da criança, a rede social dos participantes se estrutura de outra forma
com a finalidade de manter a dinâmica familiar voltados para as atividades
desenvolvidas no domicílio no seu dia-a-dia e para permitir a presença da mãe no
hospital. Ainda, a dinâmica da rede social primária se configura de forma distinta, de
acordo com o tempo e número de internações da criança, apontando que o número
de familiares e amigos tendem a se distanciarem quanto maior a frequência ou os
longos períodos de hospitalizações.(AU)