Publication year: 2016
processo terapêutico do prematuro na unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN) apresenta grandes potencialidades para melhorar a sobrevida infantil, porém contribui para a exposição do prematuro a eventos estressantes durante um período crucial do desenvolvimento. Em casa, a família recebe a criança com necessidades de saúde desconhecidas. A preparação para a alta não inclui orientações sobre demandas de cuidado de conforto e apaziguamento para minimizar o estresse após a internação.
Objetivos:
a) Identificar as manifestações do estresse do bebê prematuro egresso da UTIN, percebidas pela família, no domicílio; b) descrever as necessidades especiais de saúde e os cuidados domiciliares frente às manifestações do estresse do bebê prematuro egresso da UTIN; c) discutir as interfaces do cuidado da família ao bebê prematuro egresso da UTIN com o cuidado de enfermagem no cenário do domicílio. Metodologia:
Pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, implementada com o Método Criativo Sensível. Adotou-se a dinâmica Corpo Saber conduzida por duas questões geradoras de debates: "Depois que seu bebê saiu da UTIN, como ele reagia no dia a dia, quando você realizava os cuidados?”; "Como você cuidava dele nesses momentos?” Os participantes da pesquisa foram onze (11) familiares cuidadores de cinco (5) grupos familiares com sete (7) bebês prematuros que internaram na UTIN. Para a análise de dados, aplicaram-se os dispositivos e as ferramentas analíticas da análise de discurso para, a partir do contexto discursivo das famílias, compreender seus efeitos de sentido. Resultados:
O estresse do bebê teve origem no ambiente da UTIN e das intervenções a que foi exposta durante a permanência naquele lugar. A Enfermaria Canguru e alojamento conjunto funcionaram como lugares de transição da UTIN para a casa. Os egressos da UTIN, que não passaram pelo alojamento conjunto e cuidado canguru, manifestaram estresse em casa, tais como irritabilidade ao toque inesperado e ao ruído, choro exacerbado, susto excessivo, alteração no padrão de sono, reações de susto e grande demanda por colo e atenção familiar. A família promoveu cuidados de manutenção da vida, parecer e estimulação, de apaziguamento para minimizar os seus danos após a alta. Conclusões:
No contexto de cuidado dos bebês prematuros, as famílias construíram uma rede social estritamente familiar para o enfrentamento das manifestações do estresse, em casa. A rede apresentou-se de dois modos, uma colaborativa no arranjo de família estendida e outra solitária e sem apoio, com sobrecarga da família nuclear ou monoparental. A manifestação do estresse em casa pode contribuir ou não para a inserção sociofamiliar do bebê.(AU)