Publication year: 2016
Introdução:
A identificação da dor neonatal é um desafio para a equipe de saúde, pois os recém-nascidos ainda não conseguem verbalizá-la e seu reconhecimento é feito com base em indicadores comportamentais e fisiológicos. Estudos epidemiológicos têm mostrado que a dor causada por procedimentos dolorosos em recém-nascidos a termo é tratada inadequadamente e não tem sido prevenida de maneira eficaz. A utilização de medidas não farmacológicas pode ser facilmente implementada pelos enfermeiros, devendo ser utilizadas antes do procedimento doloroso ou estressante para preservar o bem-estar do recém-nascido. Objetivos:
Comparar as respostas comportamentais e fisiológicas dos recém-nascidos a termo amamentados com aqueles que receberam leite materno ordenhado da própria mãe e os que foram mantidos em contato pele a pele durante a punção de calcâneo para verificação de glicemia no alojamento conjunto. Identificar as alterações comportamentais (fronte saliente, fenda palpebral estreitada e sulco nasolabial aprofundado) e fisiológicas (frequência cardíaca e saturação de oxigênio) de recém-nascidos a termo quando amamentados, quando recebem o leite materno ordenhado da própria mãe e quando mantidos em contato pele a pele durante a punção de calcâneo. Metodologia:
Trata-se de uma pesquisa quantitativa, do tipo estudo de intervenção, realizada no alojamento conjunto de uma Maternidade Escola localizada no Rio de Janeiro com amostra de 50 recém-nascidos. O estudo foi dividido em três etapas:
período basal, período de intervenção e período pós-punção. A face dos recém-nascidos foi gravada durante o procedimento de punção de calcâneo, para posterior análise através da escala de dor NFCS. A frequência cardíaca (FC) e a saturação de oxigênio (SaO2) também foram monitoradas e avaliadas. Resultados:
A maioria dos recém-nascidos era do sexo feminino, com média de idade gestacional de 38 semanas e média de peso ao nascer de 2.999 g. Comparando-se os três grupos, o contato pele a pele foi o grupo que mais manteve a FC dentro da faixa de normalidade (120-140bpm). Em relação a SatO2, os três grupos permaneceram dentro da faixa de normalidade (≥89%) durante todo o período de coleta da dados. Em relação às alterações comportamentais, o grupo contato pele a pele foi o que menos apresentou reações
12 nos três parâmetros avaliados (fronte saliente, fenda palpebral estreitada e sulco nasolabial aprofundado). Conclusão:
O contato pele a pele foi a intervenção que se mostrou mais eficaz durante os períodos basal, intervenção e pós-punção, quando comparado à amamentação e ao leite materno. Como o estudo mostrou métodos não farmacológicos de alivio da dor no recém-nascido, é importante que os profissionais de saúde os conheçam para incorporá-los no dia a dia do alojamento conjunto. Diante dos resultados, o contato pele a pele deve ser mais incentivado no alojamento conjunto com os recém-nascidos a termo.(AU)