O processo adaptativo de pacientes com úlceras venosas ao tratamento com hidrogel: um estudo de caso
Publication year: 2011
O objetivo deste estudo é avaliar o processo adaptativo dos pacientes com úlceras venosas ao tratamento com uma nova tecnologia no âmbito do cuidar em feridas (hidrogel).
Os objetivos específicos são:
caracterizar a clientela portadora de úlcera venosa atendida no ambulatório de Reparo de Feridas em uso do hidrogel produzido na farmácia universitária da Universidade Federal Fluminense; identificar os estímulos focais, contextuais e residuais e a partir problemas comuns de adaptação da clientela com úlcera venosa em uso do hidrogel, de acordo com a teoria de Roy e propor intervenções frente às situações de difícil adaptação à sua nova condição e na aderência ao tratamento a partir dos diagnósticos de enfermagem. Utilizou-se como marco teórico de referência a teoria de adaptação de Callista Roy, que refere serem os estímulos focal, contextual e residual os agentes causadores de uma situação-problema, pois que o homem é um ser inserido num contexto social, econômico e político e o papel do enfermeiro é promover a adaptação do ser humano através da avaliação e da intervenção de enfermagem. Trata-se de um estudo clínico observacional, descritivo, com abordagem quanti-qualitativa do tipo estudo de caso, realizado no Ambulatório de Reparo de Feridas de um hospital universitário, no município de Niterói. Os dados foram coletados com 15 pacientes portadores de úlceras venosas em tratamento com o hidrogel, através de um questionário semi-estruturado e da análise dos prontuários destes pacientes. Os resultados apontaram que a clientela mais acometida foram as mulheres (67%), acima de 60 anos (70%), com ensino fundamental incompleto (47%), predomínio de renda de até 2 salários mínimos (73%), e interrupção na atividade laboral de todas as mulheres entrevistadas. Em relação aos hábitos de vida, todos os homens fumam e fazem uso de bebida alcoólica. A doença de base mais presente foi a hipertensão arterial em mulheres (40%). O tempo de úlcera variou entre 5 a 10 anos (40%), sendo mais acometido o membro inferior esquerdo (47%). Os produtos mais utilizados, antes do tratamento com hidrogel, foram: colagenase, sulfadiazina de prata e ácidos graxos essenciais. Em relação à cobertura utilizada (hidrogel) na úlcera venosa (47%) fazem uso há mais de um ano, 80% fazem os curativos sozinhos, 53% fazem o curativo mais de uma vez ao dia, 73% relatam orientação do enfermeiro sobre ações de auto-cuidado, entretanto todos relatam a mesma técnica para realização do curativo domiciliar. A queixa relacionada ao produto foi ardência leve (27%) e ardência moderada ou intensa (13%).Demais queixas:
dor localizada e constrangimento pela presença da úlcera também foram mencionados. Assim, foi possível comparar através dos dados relacionados com o tamanho da úlcera que houve a remissão da ferida, com apenas um caso de aumento da lesão após o tratamento com o hidrogel. Foram encontrados 22 diagnósticos de enfermagem, sendo os principais: oxigenação, mobilidade física prejudicada, integridade da pele prejudicada, risco de infecção, risco de quedas, nutrição desequilibrada, ansiedade e baixa auto-estima. Conclui-se que a partir das concepções teóricas de Roy sobre os problemas comuns de adaptação foi possível evidenciar os diagnósticos e as intervenções de enfermagem dos pacientes com úlcera venosa em uso do hidrogel, propondo a substituição de respostas ineficazes por adaptativas
The objective of this study is to evaluate the adaptation process of patients with venous ulcers to the treatment with a new technology under the care of wounds (hydrogel).