Publication year: 2017
O estudo teve como objeto os acidentes de trabalho com agentes biológicos entre profissionais de enfermagem em um hospital geral público.
Objetivos:
descrever o conhecimento, atitude e prática dos profissionais de enfermagem sobre os riscos ocupacionais biológicos; discutir com os trabalhadores de enfermagem uma proposta de práticas prevencionistas para acidentes de trabalho com agentes biológicos; implementar práticas prevencionistas para acidentes com agentes biológicos na perspectiva de uma cultura de prevenção de acidentes no trabalho. O percurso metodológico fez uso da pesquisa descritiva, exploratória e de intervenção, de natureza quantitativa e qualitativa, com abordagem do conhecimento, atitude e práticas em saúde e do método da pesquisa convergente assistencial. O espaço físico foi um hospital geral público, localizado em uma cidade do interior do estado de Minas Gerais. Os participantes foram 36 trabalhadores de enfermagem que notificaram acidentes de trabalho com agentes biológicos no período entre 2013 e 2015. Os instrumentos para coleta de dados utilizados foram:
questionário sociodemográfico e laboral dos participantes, descrição dos acidentes de trabalho e dos riscos ocupacionais biológicos; questionário de conhecimento, atitude e práticas em saúde diante dos riscos ocupacionais biológicos; roteiro para discussões individuais e em grupo; e, observação participante. Os dados quantitativos foram tratados através de análise estatística descritiva com utilização do programa SPSS, enquanto os dados qualitativos foram submetidos a análise temática. Posteriormente, as propostas de intervenção preventivas sugeridas pelos participantes foram aplicadas nos ambientes de trabalho. O projeto foi aprovado em Comitê de Ética em Pesquisa e seguiu as exigências da Resolução 466/2012. Os resultados evidenciaram que os acidentes de trabalho com agentes biológicos caracterizam-se, predominantemente, por lesões percutâneas causadas por instrumentos perfurocortantes que atingiram os dedos das mãos de técnicos de enfermagem do sexo feminino. O modelo de análise identificou divergências entre o conhecimento, atitude e práticas em saúde, tais como, deficiência no conhecimento acerca de normas de prevenção, atitudes inadequadas sobre higienização das mãos
e comportamentos inseguros, como baixa adesão a práticas de precaução padrão, ao uso de EPI e a aplicação da NR 32. Da análise de conteúdo emergiram as seguintes categorias temáticas que posteriormente balizaram as intervenções:
situações e causas dos acidentes de trabalho com agentes biológicos; fatores intervenientes na prevenção de acidentes de trabalho com agentes biológicos; EPI como forma de proteção dos trabalhadores de enfermagem; e, responsabilidades das instituições hospitalares para promoção da saúde e segurança dos trabalhadores de enfermagem. Posteriormente, as ações preventivas para acidentes de trabalho com agentes biológicos incluíram a realização de diálogos de segurança, sinalização para precaução padrão, folder, pôster, criação do jornal “Cultura de Segurança”, campanha prevencionista pela Intranet, vigilância do trabalho seguro e participação em seminário.(AU)