A Estratégia Saúde da Família e o Programa de Controle da Tuberculose no município do Rio de Janeiro

Publication year: 2017

Introdução:

o Município do Rio de Janeiro apresentou nos últimos anos um aumento significativo da cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF) o que reflete a descentralização das ações e serviços de tuberculose (TB).

Objetivo geral:

Analisar o Programa de Controle da Tuberculose (PCT) da ESF na Área de Planejamento (AP) 3.3 do Município do Rio de Janeiro.

Objetivos específicos:

caracterizar o PCT, descrever o perfil de enfermeiros e médicos que atuam no PCT; identificar os fatores que interferem, na percepção dos enfermeiros e médicos, na qualidade do PCT e avaliar os indicadores operacionais do PCT.

Método:

estudo transversal realizado nas Unidades de Saúde da Família da AP 3.3 do Município do Rio de Janeiro.

Foram utilizados três instrumentos para a coleta de dados:

Componente Estrutura, utilizou-se um formulário aberto para o levantamento das características das unidades de saúde; Componente Resultados, um formulário para o levantamento dos indicadores operacionais; Componente Processos, um formulário estruturado, adaptado e validado no Brasil para a atenção à TB. A pesquisa foi aprovada pelos Comitês de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. A coleta de dados ocorreu entre março à setembro de 2016. 13 unidades e 124 profissionais corresponderam aos critérios de inclusão.

Resultados:

a maioria dos profissionais entrevistados foi do sexo feminino na faixa etária era de 24 aos 34 anos. O tempo de atuação tanto na unidade, como na ESF e também na função da maioria dos entrevistados estava entre 1 aos 3 anos, 1 aos 4 anos e 1 aos 8 anos. A dimensão com a melhor avaliação foi ‘Desenho do Sistema’ e a ‘Prestação dos Serviços’. A dimensão com a pior avaliação foi ‘Articulação com a Comunidade’.

Alguns fatores interferem na avaliação do desempenho do PCT como:

ser residente, possuir especialização, a faixa etária, o tempo na ESF e o tempo na função que exerce na unidade. Os indicadores operacionais sobre a proporção de cura, o abandono, o óbito, os contatos examinados e o tratamento diretamente observado (TDO) tiveram resultados abaixo do que é preconizado pelo Ministério da Saúde, com exceção da realização do teste HIV.

Conclusão:

os resultados revelam a complexidade da avaliação do PCT. Em relação ao perfil há semelhanças como a feminização dos profissionais e algumas diferenças entre as categorias como a rotatividade dos médicos entre as unidades de saúde. Apesar de uma descentralização avançada das ações e serviços de TB e os profissionais avaliarem as dimensões de forma razoável, a coordenação dos serviços de TB, ainda carece de melhorias. Sobre os indicadores operacionais com exceção do teste de HIV, todos estão aquém dos valores preconizados pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose. A despeito do aumento da cobertura e descentralização do PCT na região, observou-se a necessidade de qualificação da atenção à saúde para o efetivo controle da TB. Espera-se que os achados subsidiem os profissionais, gerentes, gestores da ESF do Município do Rio de Janeiro para que possa reduzir os índices da TB e as consequências da doença no indivíduo e na comunidade.(AU)