Aplicação da Female Sexual Function Index em mulheres mastectomizadas e não mastectomizadas: estudo comparativo

Publication year: 2017

O câncer de mama é um problema de saúde pública no mundo, pois se estima que mais de 1 milhão de mulheres sejam diagnosticadas com a doença a cada ano. É o mais frequente em todas as regiões do país, exceto na Região Norte. Com isso, a mulher mastectomizada vivencia um momento de fragilidade emocional e sexual, já que a mama, símbolo de feminilidade, exerce importante papel no exercício da sexualidade. Os objetivos deste estudo foram avaliar a disfunção sexual feminina em um grupo de mulheres mastectomizadas e não mastectomizadas a partir da aplicação do Female Sexual Function Index; verificar a incidência da disfunção sexual feminina entre as mulheres mastectomizadas e das mulheres não mastectomizadas; e verificar a correlação entre os escores da FSFI e os antecedentes pessoais, clínicos, queixas e sintomas relacionados à sexualidade nos dois grupos avaliados. Desenvolveu-se um estudo transversal, comparativo realizado no Centro Regional Integrado de Oncologia (CRIO), na Associação Cearense das Mulheres Mastectomizadas - Toque de Vida e no Centro de Desenvolvimento Familiar (CEDEFAM). A coleta de dados ocorreu no período de janeiro a fevereiro de 2014.

Sendo a amostra composta por dois grupos:

73 mulheres mastectomizadas e 62 mulheres sem diagnóstico de câncer de mama. Foi aplicado a Female Sexual Function Index (FSFI), e um questionário socioeconômico e gineco-obstétrico. Foi realizada análise estatística descritiva (frequências absoluta e relativa, média e desvio padrão) e para se testar as médias foi aplicado o teste F de Snedecor (ANOVA). A maioria das mulheres mastectomizadas investigadas concentrou-se na faixa etária acima de 42 anos (75,3%), enquanto as mulheres não mastectomizadas concentrou-se na faixa etária de 18 a 36 anos (66,1%). Ao analisarmos a prevalência de disfunção sexual neste estudo observa-se que foi de 55,6%. Foi possível observar que no grupo de mulheres com CA de mama somente o domínio lubrificação apresentou significância estatística quando comparado com a idade. Quanto às relações sexuais mensais no grupo das mulheres mastectomizadas, percebe-se que houve correlação estatisticamente significante em todos os domínios da escala FSFI, exceto no domínio dor (p>0,05). Apresentando o teste r positivo, isso demonstra que quanto mais relações sexuais essas mulheres tiverem maior será o desejo, a excitação, a lubrificação, o orgasmo e a satisfação. O alfa de Cronbach da FSFI foi de 0,95 indicando alta consistência interna e a validade de construto foi analisada por meio do coeficiente de correlação linear de Pearson (p=0,0001), demonstrando correlação entre os domínios da escala. Logo, podemos concluir que o enfermeiro que assiste a mulher de um modo geral deve prestar assistência qualificada para que todos os obstáculos sejam minimizados para favorecer a qualidade de vida e sexual.(AU)