Publication year: 2017
Objetivou-se avaliar o efeito de uma intervenção educativa por telefone para a melhoria da autoeficácia materna em amamentar, duração e exclusividade do aleitamento materno. Trata-se de um Ensaio Clínico Randomizado Controlado no qual foram comparados dois grupos: Grupo Controle (GC) (cuidados de rotina) e Grupo Intervenção (GI) (cuidados de rotina + intervenção educativa para a promoção da autoeficácia em amamentar, seguindo os princípios da Entrevista Motivacional (EM), com o uso do telefone sendo realizado contatos com 7, 15 e 30 dias pós-parto). Estudo desenvolvido em Fortaleza-CE, no Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana entre maio e agosto de 2015. Ao final, obteve-se uma amostra de 85 lactantes aos dois meses pós-parto, sendo 41 no GI e 44 no GC e 77 lactantes aos quatro meses pós-parto, sendo 39 no GI e 38 no GC.
O estudo foi desenvolvido em três fases:
1. Linha de Base; 2. Intervenção; 3. Avaliação dos desfechos aos 2 e 4 meses pós-parto. Para a coleta de dados, na Fase 1, utilizou-se o Formulário de caracterização das lactantes e a Breastfeeding Self-Efficacy Scale – Short Form (BSES – SF); na Fase 2, para a intervenção foi utilizado formulário contendo dados sobre o tipo de dieta da criança e itens abordados na sessão. Foi utilizado um formulário para guiar a intervenção quanto a abordagem da EM. E para utilizar a técnica de informar da EM utilizou-se um instrumento baseado nos 14 itens da BSES-SF e do Álbum Seriado “Eu posso amamentar meu filho”; na Fase 3 foi aplicado um formulário contendo o tipo de aleitamento materno, duração e exclusividade da amamentação e foi novamente aplicado a BSES-SF. Os dados foram analisados utilizando o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0 para Windows. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob protocolo 1.026.156 e registrado na plataforma de Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (ReBEC). Quanto a caracterização, os grupos eram semelhantes (p>0,05), com exceção do estado civil (p=0,018). Na avaliação intergrupo da autoeficacia foi visto que a mediana dos escores da escala de autoeficácia em amamentar foi a mesma aos dois meses em ambos os grupos (p=0,773), no entanto, aos quatro meses o GI apresentou níveis mais elevados em comparação com o GC (p=0,011). Na avaliação intergrupo da duração do aleitamento materno evidenciou-se que a intervenção educativa foi capaz de manter o AM até dois meses de forma significativa (p=0,035) no GI, enquanto que no GC houve uma queda. Em relação ao quarto mês, também foi possível perceber que o GI manteve maior duração do AM do que o GC (p=0,109). Em relação a avaliação intergrupo da exclusividade do aleitamento materno foi visto que o GI e o GC apresentaram pequenas diferenças em relação a exclusividade aos dois e quatro meses (p=0,983/p=0,573). Foi possível observar que as mulheres com alta escolaridade e as que amamentaram imediatamente após o parto apresentam maiores chances de amamentar por mais tempo. E que as mulheres que vivem com o parceiro têm mais chance de praticar aleitamento materno exclusivo aos quatro meses. Dessa forma, os dados evidenciaram que a aplicação de intervenção educativa realizada pela enfermeira via telefone centrada na autoeficácia em amamentar e utilizando a entrevista motivacional eleva a autoeficácia das mães em amamentar, aumenta a duração do AM, porém não impacta na exclusividade do AM. (AU)